Português, perguntado por mariasth15, 1 ano atrás

Preciso de 5 poemas sobre mineração de Drummond. Pra agora por favor

Soluções para a tarefa

Respondido por anacarolina1357
3

CANTO MINERAL

(excertos)

Minas Gerais

minerais

minas de Minas

demais,

de menos?

minas exploradas

no duplo, no múltiplo

sem-sentido,

minas esgotadas

a suor e ais,

minas de mil

e uma noites presas

do fisco, do fausto,

da farra; do fim.

(...)

(Ai, que me arrependo

— me perdoa, Minas —

de ter vendido

na bacia das almas

meu lençol de hematita

ao louro da estranja

e de ter construído

filosoficamente

meu castelo urbano

sobre a jazida

de sonhos minérios.

Me arrependo e vendo.)

(...)

Do rude Cauê,

a TNT aplainado,

resta o postal

na gaveta saudosista,

enquanto milhares

milhafres

de vagões vorazes

levam para longe

a pedra azul guardada

para tua torre

para teu império

postergado sempre.

(...)

Minas, nos ares,

Minas que te quero

Minas que te perco

e torno a ganhar-te

com seres metal

diluído em genes,

com seres aço

de minha couraça,

Minas que me feres

com pontiagudas

lascas de minério

e laminados de ironia,

vês?

No coração do manganês

pousa uma escritura

de hipoteca e usura

e o banco solerte

praticando a arte

do cifrão mais forte.

(...)

De As Impurezas do Branco (1974)

Respondido por thaysvic30000
2

Oii quero ajudar, pois já fiz está tarefa pro um trabalho que era digitado!

1° poema

LIRA ITABIRANA

O Rio? É doce.

A Vale? Amarga.

Ai, antes fosse

Mais leve a carga.

(...)

Quantas toneladas exportamos

De ferro?

Quantas lágrimas disfarçamos

Sem berro?

2°poema

ITABIRA

Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê.

Na cidade toda de ferro

as ferraduras batem como sinos.

Os meninos seguem para a escola.

Os homens olham para o chão.

Os ingleses compram a mina.

Só, na porta da venda, Tutu Caramujo cisma na derrota incomparável.

3° poema

A MONTANHA PULVERIZADA

Chego à sacada e vejo a minha serra,

a serra de meu pai e meu avô,

de todos os Andrades que passaram

e passarão, a serra que não passa.

Era coisa dos índios e a tomamos

para enfeitar e presidir a vida

neste vale soturno onde a riqueza

maior é sua vista e contemplá-la.

De longe nos revela o perfil grave.

A cada volta de caminho aponta

uma forma de ser, em ferro, eterna,

e sopra eternidade na fluência.

Esta manhã acordo e

não a encontro.

Britada em bilhões de lascas

deslizando em correia transportadora

entupindo 150 vagões

no trem-monstro de 5 locomotivas

— o trem maior do mundo, tomem nota —

foge minha serra, vai

deixando no meu corpo e na paisagem

mísero pó de ferro, e este não passa.

4° poema

O MAIOR TREM DO MUNDO

O maior trem do mundo

leva minha terra

para a Alemanha

leva minha terra

para o Canadá

leva minha terra

para o Japão.

O maior trem do mundo

puxado por cinco locomotivas a óleo diesel

engatadas geminadas desembestadas

leva meu tempo, minha infância, minha vida

triturada em 163 vagões de minério e destruição.

O maior trem do mundo

transporta a coisa mínima do mundo,

meu coração itabirano.

Lá vai o trem maior do mundo

vai serpenteando vai sumindo

e um dia, eu sei, não voltará

pois nem terra nem coração existem mais.

5° poema

CANTO MINERAL

(excertos)

Minas Gerais

minerais

minas de Minas

demais,

de menos?

minas exploradas

no duplo, no múltiplo

sem-sentido,

minas esgotadas

a suor e ais,

minas de mil

e uma noites presas

do fisco, do fausto,

da farra; do fim.

(...)

(Ai, que me arrependo

— me perdoa, Minas —

de ter vendido

na bacia das almas

meu lençol de hematita

ao louro da estranja

e de ter construído

filosoficamente

meu castelo urbano

sobre a jazida

de sonhos minérios.

Me arrependo e vendo.)

(...)

Do rude Cauê,

a TNT aplainado,

resta o postal

na gaveta saudosista,

enquanto milhares

milhafres

de vagões vorazes

levam para longe

a pedra azul guardada

para tua torre

para teu império

postergado sempre.

(...)

Minas, nos ares,

Minas que te quero

Minas que te perco

e torno a ganhar-te

com seres metal

diluído em genes,

com seres aço

de minha couraça,

Minas que me feres

com pontiagudas

lascas de minério

e laminados de ironia,

vês?

No coração do manganês

pousa uma escritura

de hipoteca e usura

e o banco solerte

praticando a arte

do cifrão mais forte.

(...)

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