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Biografia de Nilo Peçanha
Nilo Peçanha (1867-1924) foi um político brasileiro. Foi vice-presidente de Afonso Pena. Após a morte deste assumiu a presidência da República, permanecendo no poder entre 1909 e 1910.
Nilo Peçanha nasceu em Campo dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, no dia 2 de outubro de 1867. Filho de Sebastião de Sousa Peçanha, que trabalhava como padeiro e de Joaquina Anália de Sá Freire, descendente de uma importante família de políticos. Foi aluno do Colégio Pedro II. Estudou na Faculdade de Direito de São Paulo e depois ingressou na Faculdade de Direito do Recife, quando se bacharelou em 1887.
Em 1888, de volta a sua cidade natal, participou da fundação do Partido Republicano Fluminense. Em 1890 foi eleito para a Assembleia Constituinte, convocada no governo provisório do presidente Marechal Deodoro da Fonseca, e promulgada em 24 de fevereiro de 1891. Entre 1891 foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro.
No dia 6 de dezembro de 1895 Nilo casou-se na igreja de São João Batista da Lagoa, no Rio de Janeiro, com Ana de Castro Belisário Soares de Sousa, conhecida como Anita, descendente de família aristocrata de Campos, neta do Visconde de Santa Rita e bisneta do Barão de Muriaé e do primeiro Barão de Santa Rita. Para realizar o casamento, Anita teve que deixar a casa de seus pais para morar na casa de uma tia, uma vez que sua família era contra o casamento pois escandalizava a sociedade o casamento de uma aristocrata com um mulato de origem pobre, mesmo sendo um político promissor.
Em 1903 Nilo Peçanha foi eleito senador, mas nesse mesmo ano renunciou o mandato para se eleger presidente do Rio de Janeiro. No cargo, assinou em 26 de janeiro de 1906, o Convênio de Taubaté, um plano estabelecido entre os governos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo e os grandes cafeicultores desses estados, para proteger a produção brasileira do café, que passava por um momento de crise e de preços baixos.
Em 1906 Nilo Peçanha foi eleito para vice-presidente de Afonso Pena. No dia 14 de junho de 1909, com a morte de Afonso Pena, Nilo Peçanha assumiu a presidência do país. Tornou-se o 7º presidente eleito no Brasil República. Durante seu governo foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) cuja chefia foi entregue ao marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, que havia realizado várias expedições pelo norte de Mato Grosso, onde exerceu uma intensa atividade indianista. Inaugurou o ensino técnico no país. Outra medida importante foi o saneamento da baixada fluminense. Em 15 de novembro de 1910, Nilo Peçanha foi sucedido por Hermes da Fonseca.
Após deixar a presidência. Nilo Peçanha viajou para a Europa, onde permaneceu até 1912. Nesse mesmo ano retornou ao senado e dois anos depois foi eleito presidente do Estado do Rio de Janeiro. Em 1917 renunciou o cargo para assumir o Ministério das Relações Exteriores. Em 1918 foi eleito novamente para o senado federal.
Em 1921, São Paulo e Minas Gerais indicaram a candidatura do mineiro Artur Bernardes, dentro do modelo café-com-leite. Em contrapartida, os estados de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul se articularam em torno do movimento denominado Reação Republicana e lançaram a candidatura do ex-presidente Nilo Peçanha. Era a segunda eleição competitiva da República Velha. O candidato Artur Bernardes foi o vencedor.
Nilo Peçanha faleceu no Rio de Janeiro, no dia 31 de março de 1924.