PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
Leia atentamente o texto abaixo:
“Há duas décadas, a questão da precarização vem assumindo importância central nos debates e reflexões sobre o mundo do trabalho marcado – desde a crise da sociedade fordista – pela expansão do desemprego, pela emergência da pobreza nos países centrais do sistema capitalista e pela terceirização crescente do trabalho, dentre outros aspectos” (p. 1).
Ainda, segundo as autoras, “com a generalizada flexibilização do trabalho nos países centrais, principalmente pela via da terceirização, a nítida linha de separação entre incluídos e excluídos nessas sociedades foi-se tornando mais tênue” (p. 1). Desse modo, a precarização social não atinge apenas aqueles que estão excluídos do mundo de trabalho. Trata-se de um “processo multidimensional que altera a vida dentro e fora do trabalho” (Franco, Druck & Seligmann-Silva, 2010).
Linhart (2009), por sua vez, ressalta que a precariedade dos trabalhadores com empregos estáveis tem características distintas daquela vivenciada por quem está fora do mercado de trabalho formal. Enquanto estes estão sujeitos à precariedade objetiva, aqueles vivenciam “precariedade subjetiva”, que a autora define como:
“… o sentimento de não estar ‘em casa’ no trabalho, de não poder se fiar em suas rotinas profissionais, em suas redes, nos saberes e habilidades acumulados graças à experiência ou transmitidos pelos mais antigos; é o sentimento de não dominar seu trabalho e de precisar permanentemente desenvolver esforços para se adaptar, para cumprir os objetivos fixados, para não se arriscar, nem fisicamente, nem moralmente (no caso de interações com usuários ou clientes). É o sentimento de não ter recurso em caso de problemas graves de trabalho, nem do lado dos superiores hierárquicos (cada vez mais raros e cada vez menos disponíveis), nem do lado dos coletivos de trabalho que se esgarçaram com a individualização sistemática da gestão dos assalariados e o estímulo à concorrência entre eles. É, assim, o sentimento de isolamento e abandono. É também a perda da autoestima, que está ligada ao sentimento de dominar mal seu trabalho, ao sentimento de não estar à altura, de fazer um trabalho ruim, de não estar seguro de assumir seu posto. (...) Tem-se, assim, frequentemente, o medo, a ansiedade, o sentimento de insegurança que é chamado comodamente de estresse” (p. 2)
Fonte: BERNARDO, Marcia Hespanhol; NOGUEIRA, Francisco Ronald Capoulade; BULL, Sandra. Trabalho e saúde mental: repercussões das formas de precariedade objetiva e subjetiva. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro , v. 63, n. spe, p. 83-93, 2011 .
Sobre o tema, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
Há pelo menos duas décadas, desde a crise da sociedade fordista, tem se intensificado os estudos que mostram como diversos(as) trabalhadores(as) têm vivenciado em suas rotinas profissionais uma experiência de não realização profissional, marcada por sentimentos de baixa estima, falta de apoio, abandono, subutilização de seus saberes, medo e estresse.
PORQUE
As transformações no cenário mundial e suas expressões no mundo do trabalho, tais como desemprego e subemprego, processos organizacionais internos de reestruturação produtiva e introdução de novas formas de gestão, enxugamento do quadro de funcionários(as), inovações tecnológicas frequentes, são reconhecidas como fatores que vêm contribuindo para o crescimento do sofrimento mental e dos distúrbios psicológicos de modo geral.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
Grupo de escolhas da pergunta
( ) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
( ) A segunda afirmativa é falsa e a primeira verdadeira.
( ) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
( ) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira.
( ) As duas afirmativas são falsas.
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Resposta:
verdadeiro
Explicação:
As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
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