Prazeres da “melhor idade”
Ruy Castro
A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.”. Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a “melhor idade”, algo entre os 60 anos e a morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, a “melhor idade” é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho, porque o sinal abriu e, agora, terá de correr para salvar a vida. Ou, quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da “melhor idade” são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão [...]. Ou seja, nós, da “melhor idade”, estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da “melhor idade” é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.
Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: “Voltando da farra, Ruy?”. Respondi, eufórico: “Que nada! Estou voltando da farmácia”. E esta, de fato, é uma grande vantagem da “melhor idade”: você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.
Os verbos, conforme Calichio (2017), podem indicar ações, processos, estados, comandos, constituindo as marcas modais ou, para a Gramática Normativa, categoria dos modos verbais. Conforme Bechara (2009), o modo verbal demonstra a posição em relação à “ação verbal e seu agente ou fim, isto é, o que o falante pensa” (BECHARA, 2009, p.213) e de que maneira quer marcar sua intenção e impressão no texto, por meio dos verbos.
Nesse sentido, o falante pode considerar a ação como algo concluído e certo; um fato incerto ou uma hipótese; condicionada a outro fator, desejada pelo agente etc. (BECHARA, 2009). Assim, na Língua Portuguesa, tem-se os modos indicativo, subjuntivo e imperativo, os quais atuam, como já destacado, conforme a intenção do autor, produzindo sentidos ao enunciado.
Com base em tais afirmações e em seus conhecimentos acerca da gramática, ressaltados no capítulo II do livro que ampara essa disciplina, analise a crônica a seguir, de Ruy Castro, e responda, em cerca de 10 a 15 linhas, por meio de um (único) texto interpretativo, às seguintes questões:
- Qual dos três modos verbais prevalece no texto?
- Qual é o efeito de sentido produzido, pelo autor, por meio desse modo verbal?
- Como percebemos esse sentido por meio de trechos do texto?
- Por que, nesse caso, o autor optou por tal modo verbal?
nayaraodosanjos:
não necessita fazer o texto, apenas responder as perguntas abaixo
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Olá!
No caso em questão temos a predominância de dois modos verbais: o imperativo e o indicativo.
Isso porque o modo imperativo está presente logo no inicio do texto quando o autor transcreve a frase que está presente na fila preferencial. A frase está presente no modo indicativo pois ele designa uma especie de ordem ou comendo a ser feito.
O resto do texto está no modo indicativo já que indica os fatos e as ações relatadas, fato este que linguisticamente contratas como o modo imperativo descrito pelo autor no incio do texto.
Espero ter ajudado!
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