Práticas corporais tematizadas na escola
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Resposta:PRÁTICAS CORPORAIS: COMO INCLUIR NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?
A nova dimensão do conhecimento pede uma abordagem nova paras as aulas . Confira as sugestões do professor especialista Luis Vasquinho
Autor: RITA TREVISAN
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É considerado um grande avanço da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) o direcionamento para que o estudo das práticas, nas aulas de Educação Física, envolvam diversas dimensões do conhecimento. “A proposta da Base é possibilitar ‘aprendizagens sobre’ as práticas corporais”, explica Luis Vasquinho, autor de livros didáticos e de instrumento de currículo para o MEC, gestor de projetos de planos de aula da disciplina de Educação Física para a NOVA ESCOLA.
A afirmação contradiz a ideia de que os alunos, nas aulas do componente, terão que aprender a dançar, lutar, jogar, brincar ou praticar esportes. “Se o foco fosse esse, os professores teriam que se tornar especialistas em todas as práticas para conseguir desenvolver as aulas. Além disso, há que se considerar que outros locais oferecem essas aulas específicas, o que diminuiria a importância da Educação Física na escola. Por fim, não estaríamos contemplando todas as dimensões do conhecimento sob esse enfoque, somente as relacionadas ao saber fazer”, diz.
As dimensões do conhecimento, expressas na BNCC, também favorecem a compreensão da profundidade do tratamento que deve ser dado a um objeto, ao definir, de acordo com os níveis de ensino, se a proposta é experimentar, fruir, refletir sobre a ação, analisar, construir valores, compreender, ou mesmo chegar ao nível de protagonismo. Uma ou mais dessas dimensões podem ser propostas, considerando as unidades temáticas, o nível de ensino, o contexto, os espaços e, por fim, os materiais disponíveis.
A seguir, um resumo das dimensões de conhecimento propostas pelo documento e que precisam ser levadas em conta no momento de planejar as aulas:
Objetivos: Conceituais
Aplicação: Saber sobre a prática
Dimensão do Conhecimento:
REFLEXÃO SOBRE A AÇÃO
Na sala de aula: O importante é propiciar ao aluno a condição de observar e analisar as próprias vivências corporais ou aquelas realizadas por outras pessoas. É preciso, no entanto, que o professor defina estratégias de observação de que o estudante possa se valer para resolver desafios peculiares à prática, apreender novas modalidades ou mesmo adequar as práticas aos interesses e às possibilidades apresentadas.
ANÁLISE
COMPREENSÃO
Objetivos: Procedimentais
Aplicação: Saber fazer
Dimensão do Conhecimento:
EXPERIMENTAÇÃO
Na sala de aula: Compreende a vivência das práticas, sem que o aluno precise, necessariamente, experimentá-las corporalmente. A ideia é que o estudante, por meio das aulas, seja capaz de apreender as manifestações culturais que a prática permite tematizar.
USO E APROPRIAÇÃO
Na sala de aula: Refere-se ao conhecimento que possibilita ao estudante realizar de forma autônoma uma determinada prática corporal, dentro ou fora da escola.
FRUIÇÃO
Na sala de aula: Implica a apreciação estética das experiências geradas pelas vivências corporais, bem como das diferentes práticas corporais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos. Essa dimensão está vinculada com a apropriação de um conjunto de conhecimentos que permita ao estudante desfrutar da realização de uma determinada prática corporal e/ou apreciá-la quando realizada por outros.
Objetivos: Atitudinais
Aplicação: Saber ser e conviver
Dimensão do Conhecimento:
CONSTRUÇÃO DE VALORES
Na sala de aula: Vincula a tematização das práticas corporais à aprendizagem de valores e normas voltadas ao exercício da cidadania, em prol de uma sociedade democrática. Nessa dimensão, a proposta é assegurar a superação de estereótipos e preconceitos expressos nas práticas corporais.
PROTAGONISMO COMUNITÁRIO
Na sala de aula: Refere-se às ações e conhecimentos que precisam ser adquiridos pelos estudantes para que participem de decisões e ações orientadas a democratizar o acesso das pessoas às práticas corporais. Contempla a reflexão sobre as possibilidades que eles e a comunidade têm (ou não) de acessar uma determinada prática no lugar em que moram, os recursos disponíveis (públicos e privados) para tal, os agentes envolvidos nessa configuração, entre outros.