Pra agora
A África que fala português. Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. São cinco os países africanos que têm o português como sua língua oficial. A história de cada um deles registra uma trajetória de resistência e luta. Resistência contra a colonização e luta para conquistar a tão sonhada independência.Quando esses países conseguiram se libertar da máquina colonial portuguesa, era hora de começar o lento processo de definição de uma identidade autônoma, que não se confundisse com as imposições culturais dos colonizadores.Uma pergunta, porém, precisava ser enfrentada: como saber quais são as marcas da verdadeira identidade de um povo, se sua história se confunde com a de seus dominadores? A literatura foi um dos espaços escolhidos para buscar uma resposta, e a poesia foi o ponto de partida dessa jornada literária.Os quase quinhentos anos de assimilação de uma cultura imposta deixaram marcas visíveis nos povos africanos. A principal delas é a consciência de que uma literatura de expressão portuguesa sempre refletirá a tensão entre dois mundos: a sociedade colonial europeia, transposta para a África junto com os conquistadores, e a sociedade africana, multifacetada, com vários conflitos internos a serem resolvidos.A opção de escrever em português representou, para muitos autores, uma derrota simbólica: tratava-se, afinal, da língua do conquistador. A esse respeito, o escritor Mia Couto faz uma significativa revelação sobre como o contato com a produção literária brasileira ajudou os autores africanos a começarem a se apropriar da língua portuguesa como marca de sua identidade.No outro lado do mundo, se revelava a possibilidade de um outro lado da nossa língua. Na altura, nós carecíamos de um português sem Portugal, de um idioma que, sendo do Outro, nos ajudasse a encontrar uma identidade própria. Até se dar o encontro com o português brasileiro, nós falávamos uma língua que não nos falava. E ter uma língua assim, apenas por metade, é um outro modo de viver calado. (Mia Couto)O dilema explicitado pelo moçambicano é real. E os textos dos autores brasileiros levaram para o outro lado do Atlântico a possibilidade de promover, também na língua portuguesa, um processo de mestiçagem que garantisse a diferenciação, pelas estruturas e pelo léxico, entre colonizadores e colonizados.Maria Luísa Abaurre e outras. Português – contexto, interlocução e sentido. São Paulo: Moderna. 2008. p. 262-263.Nos segmentos destacados do trecho: (“No outro lado do mundo), se revelava a possibilidade (de um outro lado) da nossa língua.”, o autor se refere, respectivamente a: 1) "Brasil" e "língua portuguesa possível na África".2) "África" e "língua portuguesa falada em África".3) "Portugal" e "língua portuguesa europeia".4) "Moçambique" e "línguas africanas". Está(ão) correta(s): *
A) 2 apenas
B) 1 apenas
C) 1 e 2 apenas
D) 3 e 4 apenas
E) 1, 2, 3 e 4
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Resposta:
letra (a) eu fiz espero ter ajudado♪
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