Portugal chegou ao final do século XIX com…
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Resposta:
O Reino de Portugal (denominado pela historiografia também como Reino de Portugal e Algarves) foi um Estado que existiu entre os meados do século XIX ao inicio do século XX (1834 e 1910). O seu governo era uma monarquia constitucional parlamentar representativa, desde da ascensão ao trono da Rainha D. Maria II na década de 1830 á destituição do Rei D. Manuel II em 1910. Foi um período de grande progresso, tanto no nível militar, cultural, político, industrial e econômica. Depois da derrota dos absolutistas nas Guerras Liberais, a política portuguesa do século XIX esteve marcada pelas ideias liberais, ainda que também não conseguiu a tranquilidade desejada devido a vários movimentos anárquico-republicanos. Os liberais eram um grupo heterogéneo que se tinha unido para lutar contra os absolutistas mas que em comum possuíam muitas discrepâncias. Por este motivo dividiram-se em primeiro lugar entre os moderados e progressistas, que levou á criação dos dois partidos mais importantes na Monarquia Constitucional Portuguesa: o Partido Regenerador (1851) e o Partido Progressista (1876). O primeiro ponto de desencontro foi a nova constituição política do país, enquanto os progressistas, denominados Setembristas, queriam voltar a implantar a Constituição de 1821, os moderados, denominados Cartistas, queriam impor a Constituição de 1826.
Junto à prosperidade e ao desenvolvimento em Portugal, a população portuguesa também sofreu mudanças profundas. A população Portuguesa terá aumentado cerca de 75% durante o século XIX, de acordo com as informações disponíveis e os estudos já efetuados para esse período. Tratou-se de um crescimento moderado, embora progressivamente dinâmico à medida que avançava a centúria. A variação do número de Portugueses entre 1801 a 1851 terá sido de apenas 23.4%, contra os cerca de 42% registados entre essa última data e 1900. Na prática, passou-se de 2.9 para 3.5 milhões de residentes. No século XIX, com o fim da Inquisição, regressaram a Portugal algumas famílias afluentes de origem judaica sefardita portuguesa, nomeadamente de Marrocos e de Gibraltar (como Ruah, Bensaúde, Anahory, Abecassis e Buzzaglo). A primeira sinagoga construída em Portugal desde o século XV foi a Sinagoga de Lisboa, inaugurada em 1904. Surgiu um aumento da população, incluindo protestantes e judeus, mesmo que embora Portugal tenha continuado maciçamente católico. A escravatura, que inicialmente foi abolida pelo Marques de Pombal em 1761 para os escravos que chegavam a Portugal e este passo foi o primeiro para a abolição da escravatura no mundo, foi sendo restringida por sucessivas reformas até sua abolição pelo o Rei D. Luiz I em 1869. Na segunda metade do século XIX, por pressão do Rei D. Pedro V e do seu sucessor, D. Luiz I e da Inglaterra, Portugal proibiu o comércio de escravos e, em 1854, por decreto, foram libertos todos os escravos que restavam. Dois anos mais tarde, também foram libertos todos os escravos da Igreja Católica nas colónias. A 25 de fevereiro de 1869, por ordem de D. Luiz I produziu-se finalmente a abolição "prática" e completa da escravatura em todo o Império Português.
As artes visuais, a literatura e o teatro afloraram neste período de grandes transformações. Embora muito influenciados por estilos europeus que variavam do neoclassicismo ao romantismo, cada conceito era adaptado para criar uma cultura genuinamente portuguesa. O Neoclassicismo surgiu em Portugal no último quartel do século XVIII e começou por ter uma maior expressão no Porto e só depois se estendeu para Lisboa. Prolongou-se até metade do século XIX, tendo, em alguns casos, chegado até ao século XX. O Romantismo em Portugal surgiu no século XIX graças á influencia de D. Fernando II. Embora as últimas décadas da Monarquia Portuguesa tenham sido um período com várias crises económicas, políticas e sociais, o pais conheceu um período de paz consistente e prosperidade econômica. Após 76 anos, a 5 de outubro de 1910, D. Manuel II foi deposto por um repentino golpe de Estado liderado por uma minoria de líderes republicanos, militares e civis cujo propósito era a formação de uma república presidencialista, dando início ao regime republicano no país que iria resultar na primeira ditadura de Portugal.