"Portanto, essa era uma cultura de formas conservadoras, que recorria aos costumes tradicionais e procurava reforçá-los. As formas são também não racionais; não apelam para a "razão" por meio do panfleto, do sermão ou do palanque do orador. Elas impõem uma variedade de sanções pela força, o ridículo, a vergonha, a intimidação. Mas o conteúdo ou os significados dessa cultura não podem ser qualificados facilmente de conservadores, porque na realidade social o trabalho se libera cada vez mais, década após década, dos controles senhoriais, paternais, da paróquia e da corporação, distanciando-se da dependência direta em que ficavam a princípio os clientes da gentry. Em consequência, temos urna cultura costumeira que não está sujeita, em seu funcionamento cotidiano, ao domínio ideológico dos governantes. A hegemonia suprema da gentry pode definir os limites dentro dos quais a cultura plebeia tem liberdade para atuar e crescer; mas como essa hegemonia é laica, e não religiosa ou mágica, pouco pode fazer para determinar o caráter dessa cultura plebeia."
Sobre o conceito de cultura popular, presente no texto, podemos afirmar:
Alternativas:
a)
A cultura popular nunca é conservadora, pois sempre busca contestar o poder das classes dominantes.
b)
O autor relativiza a noção que interpreta a cultura popular como conservadora.
c)
A cultura popular é povoada de crenças mágicas e superstições que facilitam o domínio de classe da gentry.
d)
A cultura popular nunca está subordinada à cultura das elites.
e)
O autor busca entender a racionalidade da cultura popular.
3)
"O fato marcante da Revolução Industrial foi o de ela ter iniciado uma era de produção em massa para atender às necessidades das massas. Os assalariados já não são mais pessoas trabalhando exaustivamente para proporcionar o bem-estar de outras pessoas; são eles mesmos os maiores consumidores dos produtos que as fábricas produzem. A grande empresa depende do consumo de massa. Em um livre mercado, não há uma só grande empresa que não atenda aos desejos das massas. A própria essência da atividade empresarial capitalista é a de prover para o homem comum. Na qualidade de consumidor, o homem comum é o soberano que, ao comprar ou ao se abster de comprar, decide os rumos da atividade empresarial."
Nesse excerto, o autor consagra uma determinada visão e entendimento da sociedade capitalista ocidental, qual seja:
Alternativas:
a)
O verdadeiro ator do capitalismo industrial é o homem comum, de classe média alta, que vende sua força de trabalho por altos salários.
b)
O capitalismo industrial está condicionado a lei da oferta e da procura, em especial em relação ao desejo dos assalariados.
c)
A industrialização foi marcada pelo progresso do homem em seu enfrentamento com a natureza e melhorou de maneira uniforme o padrão de consumo dos ingleses.
d)
O capitalismo está ancorado na luta entre classes sociais, em especial na luta entre patrões e empregados.
e)
Trata-se de uma visão liberal de sociedade e economia, na qual a presença do Estado serve para regular as funções das empresas e dos consumidores.
4)
"Depois de 1794 ficaria claro para os moderados que o regime jacobino tinha levado a revolução longe demais para os objetivos e comodidades burgueses, exatamente como ficaria claro para os revolucionários que ‘o sol de 1793’, se fosse nascer de novo, teria que brilhar sobre uma sociedade não burguesa. Por outro lado, os jacobinos podiam sustentar o radicalismo porque em sua época não existia uma classe que pudesse fornecer uma solução social coerente como alternativa à deles. Esta classe só surgiu no curso da revolução industrial, com o ‘proletariado’ ou, mais precisamente, com as ideologias e movimentos baseados nele."
O texto do autor aponta para uma visão teleológica da História, legitimada na ideia de que:
Alternativas:
a)
os objetivos da burguesia e da própria "marcha natural" da História impediram que a burguesia entendesse os movimentos políticos dos jacobinos.
b)
a derrota dos jacobinos fez ver aos radicais, tanto quanto aos sans-cullotes, que uma sociedade igualitária seria possível apenas com o esmagamento dos girondinos.
c)
os jacobinos e sans-cullotes não poderiam oferecer um solução social, visto que isso estava reservado pela História ao movimento operário nascido com a Revolução Industrial.
d)
apenas a formulação socialista do movimento operário nascido da Revolução Industrial poderia redundar na redenção da humanidade, visto que os jacobinos não tinham consciência do seu papel histórico.
e)
a revolução foi longe demais e colocou em perigo os projetos de todos os grupos sócias que dela participaram.
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