porque se pode afirmar que , com a Revolução neolítica, houve uma profunda modificação na relação entre o homem e a natureza?
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Prezado,
Sim, a agricultura foi uma revolução devido às grandes alterações que sua descoberta trouxe no âmbito social, econômico e político. Ela marca o fim do paleolítico e o início do neolítico, sendo um acontecimento que teve e tem uma importância essencial para o aparecimento e continuidade de civilizações. A maior complexidade social da humanidade só começa após a descoberta da agricultura e da pecuária de espécies altamente produtivas, que favoreceram a permanência de grupos maiores em um mesmo local por um tempo indeterminado. Mesmo hoje, seria impensável a nossa sociedade sem a agricultura.
Nesse sentido, a relação entre o homem e a natureza se altera, de maneira que nossa espécie passou a depender menos dela e passa a produzir seu próprio alimento.
A descoberta dessa prática não ocorreu por uma única pessoa ou povo. É bem provável que as primeiras tribos a dominarem essa técnica de produção de alimentos tenham sido as da Mesopotâmia (área entre o rio Tigre e Eufrates), no atual Iraque; as dos vales do rio Nilo (atual Egito); e as das regiões do rio Amarelo e Azul (territórios que pertencem à China atualmente). Entretanto, a agricultura também foi descoberta de maneira independente na América e na Oceania.
Na época anterior, o paleolítico, as pessoas viviam em grupos de dezenas até algumas poucas centenas de indivíduos, dependendo da caça e pesca e da coleta de produtos vegetais, como frutas e raízes. Obviamente, com o tempo, o número de animais de uma região diminuía em virtude dos que eram abatidos e dos que fugiam, bem como o número de produtos coletados já não era mais o mesmo, tornando o local menos capaz de sustentar a vida desses grupos. Quando isso acontecia, eles mudavam para outras áreas, de modo a, assim, obter mais resultado com a caça e a coleta. Por isso, eles eram nômades.
O surgimento da agricultura e da pecuária permitiu, assim, o aumento do número de pessoas em cada tribo ou grupo, o sedentarismo, uma maior complexidade política na organização social, uma maior preocupação com a propriedade, a diversificação quanto aos ofícios (já que não era mais necessário que todos estivessem na aquisição de alimentos), dentre outros fatores relevantes. Além disso, as primeiras cidades estavam próximas aos rios, bem como de terras férteis, nas quais a agricultura fosse possível.
Essa revolução foi, particularmente, importante no Oriente Médio, pois havia diversas espécies de plantas e animais nessa região que eram extremamente interessantes em termos de domesticação, devido à rapidez da produção, às facilidades para armazenamento da semente, dentre outras características importantes para os humanos. Elas nasciam tão logo havia umidade, crescendo rapidamente e produzindo logo. Entre elas, o trigo, produto básico para a obtenção do principal alimento da época, o pão.
Com as observações e experiências, os humanos aprenderam a armazenar as sementes de trigo em estruturas de barro (silos), nos quais a água e a umidade não entrava, permitindo a manutenção de uma reserva de alimento durante o ano todo o aproveitamento dos períodos mais favoráveis para o plantio.
Com a pecuária e a agricultura, houve também a produção de excedentes, que eram trocados com outros grupos, favorecendo o comércio e a cooperação.
Além disso, os grupos dos agricultores e criadores (maiores) venciam os grupos menores de caçadores e coletores, de maneira que especialmente no Oriente Médio e Europa, dentre outros lugares, os sobreviventes foram aqueles que adotaram a agricultura e a criação de animais.
Nesse sentido, o cultivo desses alimentos e a criação de animais foi tão importante que a população humana atual, em sua grande maioria, não apresenta intolerância ao glúten (presente nas farinhas, como a de trigo) e nem a lactose, ao contrário do que ocorria antes. Isso é, particularmente, impressionante quando se reflete que, no paleolítico, a maior parte dos humanos eram intolerantes à lactose e ao glúten, ou seja, a importância dos cereais nessas sociedades foi tão grande que a maioria das pessoas são descendentes daqueles que não eram intolerantes ao glúten e à lactose e puderam aproveitar os benefícios desses alimentos. Estipula-se que um ou dois grãos e os produtos derivados destes eram responsáveis por 80 a 90% das calorias que as pessoas ingeriam durante o neolítico e até bem há algumas centenas de anos.
Outras consequências da agricultura e da pecuária de espécies muito produtivas foram o nascimento da propriedade privada, o aumento da quantidade e qualidade dos utensílio, uma maior especialização dando origem a novos ofícios, o uso de roupas feitas de tecido (ao contrário do uso de peles de animais característico do paleolítico).
Para saber mais sobre todo esse processo, sugiro que veja os vídeos " A História do Mundo em Duas Horas “ e " Armas germes e Aço - Saindo do Jardim do Éden ", encontrados facilmente no you..tube.
Bons estudos!
Sim, a agricultura foi uma revolução devido às grandes alterações que sua descoberta trouxe no âmbito social, econômico e político. Ela marca o fim do paleolítico e o início do neolítico, sendo um acontecimento que teve e tem uma importância essencial para o aparecimento e continuidade de civilizações. A maior complexidade social da humanidade só começa após a descoberta da agricultura e da pecuária de espécies altamente produtivas, que favoreceram a permanência de grupos maiores em um mesmo local por um tempo indeterminado. Mesmo hoje, seria impensável a nossa sociedade sem a agricultura.
Nesse sentido, a relação entre o homem e a natureza se altera, de maneira que nossa espécie passou a depender menos dela e passa a produzir seu próprio alimento.
A descoberta dessa prática não ocorreu por uma única pessoa ou povo. É bem provável que as primeiras tribos a dominarem essa técnica de produção de alimentos tenham sido as da Mesopotâmia (área entre o rio Tigre e Eufrates), no atual Iraque; as dos vales do rio Nilo (atual Egito); e as das regiões do rio Amarelo e Azul (territórios que pertencem à China atualmente). Entretanto, a agricultura também foi descoberta de maneira independente na América e na Oceania.
Na época anterior, o paleolítico, as pessoas viviam em grupos de dezenas até algumas poucas centenas de indivíduos, dependendo da caça e pesca e da coleta de produtos vegetais, como frutas e raízes. Obviamente, com o tempo, o número de animais de uma região diminuía em virtude dos que eram abatidos e dos que fugiam, bem como o número de produtos coletados já não era mais o mesmo, tornando o local menos capaz de sustentar a vida desses grupos. Quando isso acontecia, eles mudavam para outras áreas, de modo a, assim, obter mais resultado com a caça e a coleta. Por isso, eles eram nômades.
O surgimento da agricultura e da pecuária permitiu, assim, o aumento do número de pessoas em cada tribo ou grupo, o sedentarismo, uma maior complexidade política na organização social, uma maior preocupação com a propriedade, a diversificação quanto aos ofícios (já que não era mais necessário que todos estivessem na aquisição de alimentos), dentre outros fatores relevantes. Além disso, as primeiras cidades estavam próximas aos rios, bem como de terras férteis, nas quais a agricultura fosse possível.
Essa revolução foi, particularmente, importante no Oriente Médio, pois havia diversas espécies de plantas e animais nessa região que eram extremamente interessantes em termos de domesticação, devido à rapidez da produção, às facilidades para armazenamento da semente, dentre outras características importantes para os humanos. Elas nasciam tão logo havia umidade, crescendo rapidamente e produzindo logo. Entre elas, o trigo, produto básico para a obtenção do principal alimento da época, o pão.
Com as observações e experiências, os humanos aprenderam a armazenar as sementes de trigo em estruturas de barro (silos), nos quais a água e a umidade não entrava, permitindo a manutenção de uma reserva de alimento durante o ano todo o aproveitamento dos períodos mais favoráveis para o plantio.
Com a pecuária e a agricultura, houve também a produção de excedentes, que eram trocados com outros grupos, favorecendo o comércio e a cooperação.
Além disso, os grupos dos agricultores e criadores (maiores) venciam os grupos menores de caçadores e coletores, de maneira que especialmente no Oriente Médio e Europa, dentre outros lugares, os sobreviventes foram aqueles que adotaram a agricultura e a criação de animais.
Nesse sentido, o cultivo desses alimentos e a criação de animais foi tão importante que a população humana atual, em sua grande maioria, não apresenta intolerância ao glúten (presente nas farinhas, como a de trigo) e nem a lactose, ao contrário do que ocorria antes. Isso é, particularmente, impressionante quando se reflete que, no paleolítico, a maior parte dos humanos eram intolerantes à lactose e ao glúten, ou seja, a importância dos cereais nessas sociedades foi tão grande que a maioria das pessoas são descendentes daqueles que não eram intolerantes ao glúten e à lactose e puderam aproveitar os benefícios desses alimentos. Estipula-se que um ou dois grãos e os produtos derivados destes eram responsáveis por 80 a 90% das calorias que as pessoas ingeriam durante o neolítico e até bem há algumas centenas de anos.
Outras consequências da agricultura e da pecuária de espécies muito produtivas foram o nascimento da propriedade privada, o aumento da quantidade e qualidade dos utensílio, uma maior especialização dando origem a novos ofícios, o uso de roupas feitas de tecido (ao contrário do uso de peles de animais característico do paleolítico).
Para saber mais sobre todo esse processo, sugiro que veja os vídeos " A História do Mundo em Duas Horas “ e " Armas germes e Aço - Saindo do Jardim do Éden ", encontrados facilmente no you..tube.
Bons estudos!
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