porque ocorreu briga entre Os descendentes de Maomé
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A cisão do Islamismo em dois grandes ramos tem suas raízes no século VII, no período que se seguiu à morte de Maomé. O motivo foi a divergência, dentro da comunidade de fiéis, sobre quem deveria ser o sucessor do profeta como líder espiritual e político – o califa. Maomé não tinha definido uma fórmula concreta.
Os partidários de Ali, sobrinho e genro do profeta, acreditavam que apenas um descendente direto de Maomé poderia assumir esse cargo. Foram batizados como xiitas, que significa “facção”, pois se encontravam em minoria. Já a maioria defendia que a comunidade deveria poder escolher seu novo governante em função de suas virtudes.
Os xiitas sofreram uma derrota decisiva em Karbala (Iraque) no ano 680, quando Hussein, filho de Ali, foi decapitado. Os xiitas nunca aceitaram a legitimidade do califado sunita, e mantiveram durante décadas uma dinastia paralela. Hoje continuam sendo minoria no Islamismo e se consideram discriminados em alguns países.
A partir de uma religião comum, as diferenças na interpretação dos textos sagrados aumentaram com o passar do tempo. Além de alguns ritos e das hierarquias religiosas, as divergências de doutrina que mais envenenam a convivência entre as duas comunidades fazem referência à interpretação da história sagrada do Islamismo e, em especial, a dos anos que se seguiram à morte de Maomé. Os sunitas, por exemplo, consideram a devoção xiita a Ali como uma heresia