Geografia, perguntado por Usuário anônimo, 10 meses atrás

Porque ocorreu a divisão da coreia?

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Respondido por UmaPessoaNaLua
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Resposta:

A divisão da Coreia em Coreia do Norte e Coreia do Sul resulta da vitória dos Aliados na II Guerra Mundial de 1945, terminando o domínio colonial de 35 anos do Japão na Coreia. ... A Coreia do Sul surgiu, após décadas de regime autoritário, como uma democracia liberal capitalista, com uma das maiores economias do mundo.

Respondido por dayanycorrea445
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Explicação:

A história da divisão das duas Coreias remonta ao fim da Segunda Guerra Mundial. Desde 1910, o território era ocupado pelos japoneses, que se renderam após a explosão das bombas atômicas. Com a derrota, a Coreia foi dividida entre soviéticos e americanos, exatamente no paralelo 38. A parte que ficava acima da linha imaginária ficou a cargo da União Soviética. Já os coreanos que viviam abaixo da linha passaram para as mãos dos norte-americanos. Em 1948, foram instaurados novos governos nos dois países. Porém, nenhum dos territórios estava feliz com a divisão e ambos queriam controle sobre o país. Em 1950, China e União Soviética ajudaram os norte-coreanos a invadir a Coreia do Sul. Tropas americanas enviaram socorro ao seu território de influência, dando início à Guerra da Coreia. O conflito durou até 1953, quando foi assinado um armistício.

De 1948 até 1994, a Coreia do Norte foi comandada pelo militar Kim Il-Sung (1912-1994), quando o general passou o controle do país a seu filho Kim Jong-Il (1942-2011). Sob seu comando, a Coreia do Norte permaneceu como um país socialista dos mais fechados e repressivos do mundo. O governo controla a mídia (o que ajuda a explicar, por exemplo, porque o país não sofreu onda de manifestações semelhantes às que abalaram e derrubaram regimes totalitários no mundo árabe em 2011), restringe o acesso a internet e a celulares (que fazem apenas chamadas locais) e impede até que seus cidadãos saiam do país. Hoje, a economia da Coreia do Norte é desastrosa. Com o fim da União Soviética e a falta de parceiros comerciais, o país entrou em uma grave recessão.

O sucessor de Jong-Il é Kim Jong-Un, filho mais novo do ditador. Com apenas 29 anos, Jong-Un estudou na Suíça e apenas recentemente passou a ocupar cargos importantes no governo - apesar da falta de experiência militar, foi nomeado general. As Forças Armadas, por outro lado, são dominadas por militares bem mais velhos. Não se sabe ao certo o grau de apoio que Jong-Un obterá deles, fator crucial para sua legitimação. 

Enquanto isso, a Coreia do Sul passou por regimes militares ditatoriais por 20 anos e, atualmente, novamente uma república democrática, é um país em rápido desenvolvimento. Apesar de terem se tornado dois países tão diferentes, a separação das Coreias ainda é recente e, para a população civil, o sonho é de um país unificado. "Muitas famílias foram separadas com a divisão do país, mas há um interesse das pessoas em se reaproximar. Desde 2002, os dois governos fizeram acordos que permitiram a viagem de algumas pessoas entre os dois países para se reencontrar", conta Alexandre Uehara, professor de relações internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco e membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP.

Porém, apesar da vontade popular, hoje os dois países estão mais próximos de um conflito do que de uma aproximação. Isso por que, no momento, a Coreia do Norte ameaça toda a comunidade internacional com testes de armas nucleares e mísseis balísticos. "O governo de Pyongyang é muito isolado e hoje não há nenhum interlocutor que possa negociar com o país. Muitos analistas descartam essa possibilidade por acreditarem que é insano para a Coreia do Norte entrar em um conflito que não pode sustentar. Porém, não se pode descartar essa possibilidade", afirma Alexandre Uehara. O cientista político ainda explica que o governo norte-coreano está usando seu arsenal bélico para ganhar poder na região e que pode tentar exigir mais regalias nas negociações com outros países. "O país é muito pobre, sua população passa fome. Por isso, a Coreia do Norte depende muito da ajuda internacional, principalmente da China e do Japão. E é possível que a nação tente usar seu poder nuclear para barganhar por mais privilégios e até pela possibilidade de negociar diretamente com os Estados Unidos", diz. Porém, se as conversações não trouxerem resultados e os norte-coreanos inciarem uma guerra, o perigo é que ele não fique restrito apenas à Ásia. "Se houvesse o conflito, a China provavelmente se colocaria ao lado do norte, enquanto os Estados Unidos defenderiam o Sul. Seria a terceira maior economia do mundo enfrentando a primeira, o que traria consequências para todo o mundo. Além disso, poderiam se envolver também Rússia, Índia e Paquistão, colocando o Oriente Médio dentro do conflito", diz Alexandre Uehara.

Apesar de tudo isso, será possível imaginar que um dia as Coreias possam se reunificar? No momento, não há nenhum indício de que isso venha a acontecer, mas se a divisão chegasse ao fim, traria vantagem para os dois países. 

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