História, perguntado por sergiosantos1970, 5 meses atrás

porque o preconceito racial tinha raízes entre fora e dentro do Brasil​

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Respondido por geremiasanaluiza46
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OLÁ BOA TARDE

Racismo: conceito, raízes históricas e impacto social

Explicação:

Segundo o filósofo e professor Silvio de Almeida, racismo "é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como fundamento e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes que culminam em desvantagens ou privilégios, a depender do grupo racial ao qual pertençam”. A prática do racismo tem raízes profundamente entranhadas na história do Brasil, revelando um problema sistêmico que permeia a coletividade geral e estabelece posições sociais a partir de preconceitos que envolvem cor da pele, classe social, etnia e elementos culturais.

Há 131 anos, o Brasil foi o último país do hemisfério ocidental a abolir legalmente a escravidão. Diante da pressão internacional e da força dos quilombos e movimentos abolicionistas, a Lei Áurea foi, enfim, assinada em 13 de maio de 1888. Este foi o último projeto de lei aprovado durante o regime imperial, após um processo de escravização de povos africanos que perdurou por mais de três séculos.

No entanto, a lei assinada pela Princesa Isabel não foi capaz de libertar o país da mancha histórica que o racismo representa para a sociedade brasileira. Alforriadas, as vítimas da escravidão foram abandonadas à própria sorte, em condições desumanas, para viverem à margem de um sistema que os têm colocado em desvantagem social desde então. Nesse contexto, diversas violências e violações aos direitos humanos passaram a ser normalizadas. De abuso policial até discriminação em lojas e entrevistas de emprego, o preconceito racial engloba uma série de agressões sistêmicas contra negros no Brasil.

É importante ressaltar também os efeitos do racismo sobre as populações indígenas, que sofrem constantes ataques e violações de direitos desde que colonizadores europeus chegaram ao solo brasileiro. Esses povos constituem exemplos notórios de racismo institucional, sofrendo agressões sistemáticas por parte do Estado, que estabelece com eles uma relação histórica de genocídio, extermínio e segregação. Os esforços de organizações ativistas para proteger essas populações muitas vezes não são suficientes para conter o avanço de garimpeiros, fazendeiros e até mesmo do governo sobre as terras indígenas.

Em 1500, 1700 povos indígenas ocupavam o território brasileiro. Destes, somente 235 sobreviveram ao violento processo de colonização, dos quais 77% habitam a Amazônia Legal, região historicamente alvo de agressões. O Código Civil de 1916 os descrevia como "relativamente incapazes", relegando ao Estado o controle sobre esses povos. A FUNAI (Fundação Nacional do Índio, 1967) tem historicamente invocado tal poder, sob o pretexto de proteger a vida desses indivíduos. No entanto, nenhum órgão governamental foi capaz de impedir os massacres indígenas que persistem até então.

A partir de 1960, genocídios contra indígenas voltaram a acontecer com a abertura de estradas, atingindo povos como Waimiri-Atroari, Yanomami, Arara, Parakanã, Cinta Larga, Nambikwara, com o aval do poder público. Com a Constituição de 1988, direitos históricos respaldados pela Lei brasileira fortaleceram os movimentos indígenas, e diversas organizações foram criadas nessa época, fortalecendo a representação dessas populações na sociedade e nas instâncias governamentais. Entretanto, essa nova etapa da história ainda relata agressões, como a invasão do território Yanomami, que vitimou mais de 1500 índios entre 1987 e 1993.

Racismo e movimento negro na história

Desde a abolição da escravatura, muitos movimentos foram organizados. Em 1931, foi fundada a primeira organização ativista pelos direitos civis dos negros no país, a Frente Negra Brasileira. Em 1937, no entanto, foi dissolvida pela ditadura de Getúlio Vargas, depois de se tornar um partido político no ano anterior. As perseguições do Estado à população negra fizeram com que ações antirracistas tomassem força novamente apenas na década de 1970, com a criação do Movimento Negro Unificado (MNU).

Em 1978, o MNU foi responsável pela organização de um protesto de rua em frente ao Teatro Municipal de São Paulo. O episódio viria a se tornar um marco na luta contra o racismo, simbolizando a refundação do movimento negro do país. Além disso, o ato inaugurou a forma de protesto primordial que o movimento assumiria dali em diante, tomando os espaços públicos para realizar manifestações por direitos.


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