Porque o Oriente médio é uma região que ocorre muitos conflitos?
Soluções para a tarefa
Praticamente todos os atuais conflitos regionais do Oriente Médio estão relacionados, de alguma forma, aos desenvolvimentos políticos do pós Segunda Guerra Mundial.
Resposta:
A onda de violência no Oriente Médio, os números de atentados a civis e a invasão de Israel às cidades palestinas, infelizmente parecem não espantar mais o mundo. O Oriente Médio vem sendo palco de infinitas guerras ao longo dos anos, semelhante a um verdadeiro barril de pólvora pronto a explodir. Só no século XX foram doze grandes conflitos que resultaram na morte de milhões de pessoas.
Formado por 19 países, entre eles Israel, Iraque, Irã, Jordânia, Síria, Iêmen, Omã e Líbano, o Oriente Médio apresenta desigualdades muito acentuadas. Enquanto a renda per capta na Jordânia é de U$ 3.500 por ano, em Israel esse valor chega a U$ 18.900. Apenas cinco países estão entre o terço mais desenvolvido do planeta. Além disso, Sudão e Iêmen estão entre os trinta países mais pobres do mundo, ao lado de nações africanas miseráveis como Serra Leoa, Angola e Senegal.
Israel — a ilha judaica
Há muitos motivos para os diversos conflitos que se superpõem na região, praticamente todos eles de cunho religioso e com antigas raízes históricas. São judeus, cristãos, muçulmanos, travando conflitos milenares que se agravaram particularmente com a criação do Estado de Israel, em 1948. O novo país nasceu numa área que era de domínio árabe. A sua demarcação gerou uma grande disputa territorial, que é o principal motivo da atual guerra entre Israel e Palestina. A principal cidade envolvida na disputa é Jerusalém, onde os palestinos desejam construir o seu tão sonhado Estado.
Israel hoje pode ser comparado a uma ilha na qual, dos 350 milhões de pessoas que habitam a região, apenas cinco milhões são judeus, cercados de árabes por todos os alados. Mas o país, governado pelo primeiro-ministro Ariel Sharon, tem a seu favor um grande aliado: os Estados Unidos, que por interesses estratégicos injeta na economia israelense cerca de U$ 3 bilhões por ano, utilizados, principalmente, na compra de armas. Os três únicos países que possuem uma relação mais próxima com Israel são Egito, Turquia e Jordânia.
Petróleo — um problema a mais
Além dos motivos territoriais, étnicos e religiosos há um outro, que na maior parte das vezes, fica oculto, sob a máscara da religião: o petróleo. A região detém mais de 70% das reservas mundiais de petróleo. E, embora a sua participação na produção mundial de petróleo tenha diminuído, este fato transforma guerras locais em conflitos mundiais.
Cada conflito representa a possibilidade do aumento do preço do petróleo, o que afeta diretamente a economia mundial, já que este ainda é a principal fonte de energia no mundo. Para se ter uma idéia, o Oriente Médio abastece mais da metade das bombas de gasolina dos Estados Unidos.
No início da década de 80, na época da guerra do Irã contra Iraque, o mundo todo entrou numa das maiores crises da história, porque os donos do petróleo árabe decidiram diminuir a produção. O preço do combustível que chega aos consumidores aumentou bruscamente. A parte boa foi que a crise estimulou o investimento em fontes alternativas de combustível.
Em 1990 o mundo todo viu a guerra "video-game" entre Estados Unidos e Iraque, que começou com a invasão do país árabe ao Kwait, um lugar que é praticamente um poço de petróleo. Nesta época, as economias mundiais ficaram em polvorosa por causa da possibilidade da repetição da crise de 80, mas o problema não chegou a ser tão sério.
Perigo constante
A possibilidade de uma guerra com vizinhos é sempre tão presente no Oriente Médio que a grande preocupação das nações daquela região é preparar-se militarmente. Para se ter uma idéia, das catorze nações do mundo que gastam mais de 5% do PIB com militarismo, sete estão no Oriente Médio. Israel possui um dos mais bem equipados e preparados exércitos do mundo.
Mais recentemente, além do terrível conflito com os palestinos, Israel já guerreou contra Egito, Jordânia, Síria e Líbano. O Iraque invadiu o Kwait e travou uma longa guerra contra o Irã. No Egito, o presidente Anuar Sadat foi assassinado em 1981 por radicais islâmicos e, em 1997, 58 turistas foram mortos num templo em Luxor, também por fundamentalistas. Palestinos já foram massacrados pelo Rei da Jordânia, os curdos que vivem no Iraque já foram atacados por armas químicas pelo próprio Saddam Husseim.
O Brasil já não é tão dependente do petróleo árabe. Atualmente compramos dos árabes apenas 16% do petróleo que precisamos. E, embora alguns países tenham ainda tenham muita dependência em relação ao Oriente Médio, como é o caso dos Estados Unidos, a participação da região na produção de petróleo mundial caiu de 40% em 1991 para 22%.
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