Porque o futebol é considerado um fenômeno Mundial ?
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O futebol é claro exemplo da dinâmica do erudito e do popular, da maneira pela qual as classes trabalhadoras e dominantes estabelecem trocas de experiências e incorporações balizadas pelos laços de hegemonia e contra-hegemonia, dentro da visão lapidada por Antonio Gramsci
A cultura, na acepção gramsciana, tal qual a hegemonia, é um processo complexo e dinâmico como a própria vida em movimento, com determinações contraditórias, aproximando-se da noção de visão de mundo, com deslocamentos constantes das idéias, crenças, valores e sonhos, e exatamente por estar em movimento constante incorpora como elemento constitutivo a contra-hegemonia, como pólo de resistência no interior igualmente contraditório da cultura dominante, podendo ou não, de acordo com os atores sociais em presença, assumir contornos sistemáticos na própria política no sentido amplo ou restrito .
O futebol regrado em escolas inglesas na segunda metade do século XIX tem origem nos jogos populares, retraduzidos até assumir um outro significado. Sendo praticado com os pés, aumenta seu grau de imprecisão, ampliando a necessidade de maestria e os solos individuais, abrindo caminhos para surpresas e acasos ao longo de uma partida. O maior sentido de conjunto e a contrapartida do uso impreciso dos pés, com movimentos corporais em ritmos descompassados, tornam o fator surpresa o ponto central deste esporte. Além do fato de que jogadores baixos e franzinos podem ser craques (hoje em 8 posições), ao contrário de outros esportes coletivos como basquete, vôlei e beisebol, o elenco de surpresas do futebol e sua aproximação com o talento, magia e técnica não param por aí, identificando a torcida com a intimidade proporcionada por um jogo cuja chave do segredo encontra-se no bolso de qualquer espectador medianamente informado.
As regras do futebol favorecem o talento, num conjunto de fatores interligados: a simplicidade que requer a sua prática, do campo ao material esportivo, e um aspecto que é um autêntico chiste sem palavras: que esporte coletivo permite uma equipe claramente inferior fazer 1x0, se trancar na defesa e ganhar o jogo? Nenhum. Nenhum outro. Os pés e a zebra são os grandes segredos do futebol e a International Board (entidade restrita a 4 ou 5 membros, criada em 1883 para uniformizar as regras do futebol entre Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales; International Board que até hoje decide, junto com a FIFA, qualquer mudança nas regras do futebol), a responsável por estes regramentos aparentemente disciplinadores, segredados nos ouvidos de cada um dos seus velhinhos integrantes que, com a sabedoria dos grandes mestres, ciosos da quase perfeição da criação que tem tanto de sua, só aceitam mudar suas regras de tempos em tempos. Este é outro dos grandes segredos responsáveis pela popularidade do futebol: regras definidas, só desconhecidas por quem não é culturalmente aquinhoado para apreciar esta que, segundo Hobsbawm, é a "religião leiga dos trabalhadores".
A cultura, na acepção gramsciana, tal qual a hegemonia, é um processo complexo e dinâmico como a própria vida em movimento, com determinações contraditórias, aproximando-se da noção de visão de mundo, com deslocamentos constantes das idéias, crenças, valores e sonhos, e exatamente por estar em movimento constante incorpora como elemento constitutivo a contra-hegemonia, como pólo de resistência no interior igualmente contraditório da cultura dominante, podendo ou não, de acordo com os atores sociais em presença, assumir contornos sistemáticos na própria política no sentido amplo ou restrito .
O futebol regrado em escolas inglesas na segunda metade do século XIX tem origem nos jogos populares, retraduzidos até assumir um outro significado. Sendo praticado com os pés, aumenta seu grau de imprecisão, ampliando a necessidade de maestria e os solos individuais, abrindo caminhos para surpresas e acasos ao longo de uma partida. O maior sentido de conjunto e a contrapartida do uso impreciso dos pés, com movimentos corporais em ritmos descompassados, tornam o fator surpresa o ponto central deste esporte. Além do fato de que jogadores baixos e franzinos podem ser craques (hoje em 8 posições), ao contrário de outros esportes coletivos como basquete, vôlei e beisebol, o elenco de surpresas do futebol e sua aproximação com o talento, magia e técnica não param por aí, identificando a torcida com a intimidade proporcionada por um jogo cuja chave do segredo encontra-se no bolso de qualquer espectador medianamente informado.
As regras do futebol favorecem o talento, num conjunto de fatores interligados: a simplicidade que requer a sua prática, do campo ao material esportivo, e um aspecto que é um autêntico chiste sem palavras: que esporte coletivo permite uma equipe claramente inferior fazer 1x0, se trancar na defesa e ganhar o jogo? Nenhum. Nenhum outro. Os pés e a zebra são os grandes segredos do futebol e a International Board (entidade restrita a 4 ou 5 membros, criada em 1883 para uniformizar as regras do futebol entre Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales; International Board que até hoje decide, junto com a FIFA, qualquer mudança nas regras do futebol), a responsável por estes regramentos aparentemente disciplinadores, segredados nos ouvidos de cada um dos seus velhinhos integrantes que, com a sabedoria dos grandes mestres, ciosos da quase perfeição da criação que tem tanto de sua, só aceitam mudar suas regras de tempos em tempos. Este é outro dos grandes segredos responsáveis pela popularidade do futebol: regras definidas, só desconhecidas por quem não é culturalmente aquinhoado para apreciar esta que, segundo Hobsbawm, é a "religião leiga dos trabalhadores".
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