porque o Brasil começou a produzir gas natural
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A história do gás natural no Brasil começa com a instalação das primeiras lâmpadas a gás no Rio de Janeiro em 1854. Pouco depois, em 1873, o mesmo sistema de iluminação pública, cujo gás era produzido a partir de carvão mineral, passa a ser instalado em São Paulo. Ao longo do século XX, as distribuidoras de gás canalizado também iniciam o uso de materiais como hulha e nafta para a produção de gás. Já o gás liquefeito de petróleo (GLP), por sua vez, começa a ser utilizado para cocção a partir de 1936.
Somente na década de 1950 o gás natural começa a ser usado no Nordeste. Sua produção teve início no estado da Bahia e era praticamente toda destinada às indústrias. Em 1959, verificou-se uma produção de 1 milhão de m3/dia e, logo uma década depois, esse número saltou para 3,3 milhões de m3/dia (1).
Na região Sudeste, o combustível começou a ser produzido a partir dos anos 1980 na Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro. Outro fator fundamental para a consolidação da atual conjuntura de oferta de gás foi a construção do gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol), com capacidade de transporte de até 30 milhões de metros cúbicos por dia. Naquele momento, acreditava-se que a grande disponibilidade de gás natural proporcionada pelo Gasbol seria suficiente para desenvolver o mercado interno de gás natural. Entretanto, não foi isso o que ocorreu na prática. A falta de um mercado maduro, aliada à urgência de recuperação do capital investido, levou o país a adotar medidas emergenciais de certa maneira precipitadas para o desenvolvimento do gás natural. Tais medidas foram inevitáveis devido ao modelo de contrato adotado com a Bolívia, conhecido como take or pay, em que o comprador é obrigado a pagar um percentual sobre o gás contratado, caso não consuma o valor estipulado em contrato.