Porque muitos quilombolas precisam lutar por suas terras?
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Os quilombolas em Oriximiná distribuem-se por oito territórios que somam cerca de 975.800 hectares. Suas terras contam extensas áreas de florestas ainda muito preservadas que garantem aos quilombolas alimentação e renda .
A luta dos quilombolas em Oriximiná pela titulação de suas terras iniciou-se em 1989, logo após o reconhecimento do direito na Constituição de 1988. Já em dezembro de 1989, um primeiro grupo de lideranças, acompanhado pela CPI-SP e a Paróquia de Oriximiná, viajou a Brasília para apresentar suas reivindicações. Foram sete anos de mobilizações e pressão até a obtenção do primeiro título em 1995 (Terra Quilombola Boa Vista), seguido de titulações em 1996 (Terra Quilombola Água Fria), 1997 (Terra Quilombola Trombetas), 1998/2000 (Terra Quilombola Erepecuru) e 2003 (Terra Quilombola Alto Trombetas).
Desde 2003, porém, nenhuma outra terra quilombola foi titulada no município. Os processos para titulação dos territórios Alto Trombetas, Alto Trombetas 2, Ariramba e Cachoeira Porteira – onde vivem 16 comunidades (cerca de 628 famílias) - tramitam lentamente no Incra e no Iterpa desde o início dos anos 2000.
Em fevereiro de 2015, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Santarém determinou que o governo federal conclua no prazo de dois anos o procedimento para titulação das terras ocupadas pelas comunidades quilombolas do Alto Trombetas. A decisão foi tomada no âmbito de Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Federal. Em 16 de maio de 2016, o TRF-1 confirmou a decisão. Espera-se que a decisão do TRF-1 motive Incra e ICMBio a dar andamento aos processos das Terras Quilombolas Alto Trombetas e Alto Trombetas 2, já que até maio de 2016 (mais de um ano após à sentença da Justiça Federal em Santarém), nenhuma medida havia sido adotada pelo Incra e ICMBio para cumprir a decisão judicial.