Porque Maria Quitéria é uma das mulheres de destaque na história do Brasil? (Independência do Brasil)
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Resposta:
obra foi encomendada pelo diretor do Museu Paulista, Afonso d'Escragnolle Taunay, no centenário da Independência do Brasil[4]. Na encomenda, o diretor do museu pediu que Domenico Failutti se baseasse na gravura publicada em Diário de uma viagem ao Brasil da inglesa Maria Graham[3]. A gravura é baseada no desenho de Augustus Earle, também inglês, que viveu no Rio de Janeiro nos anos 1820. Taunay atribuía à produção dos viajantes europeus um estatuto de verdade documental. Na sua concepção de teoria histórica, também as obras produzidas a partir dessas fontes consideradas fidedignas seriam, elas próprias, documentos históricos[5].
Domenico Failutti foi responsável ainda pelo retrato de Sóror Joana Angélica, que figura na Galeria de Próceres da Independência, alocada no alto da escadaria[3]. A escolha do artista para as encomendas, de acordo com o relatório escrito por Afonso Taunay, veio diretamente do presidente do estado de São Paulo à época, Washington Luís[1].
O retrato foi concebido para dar um sentido ao papel das mulheres na formação nacional brasileira.[6] O quadro de Quitéria criaria um paralelismo com o Retrato de Dona Leopoldina de Habsburgo e seus filhos, também localizado no Salão de Honra.[6] Ambos os quadros representariam distintos lugares a serem ocupados pelas mulheres no imaginário nacional. Por um lado, a guerreira e, de outro, a figura materna[1][3]. O retrato de Joana Angélica, por sua vez, evoca o lugar da mártir.
Para alguns autores, a condecoração em Quitéria, a insígnia de Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, é uma forma de reconhecer também Dom Pedro I, que reconheceu a militar.[4]
Ver também
Lista de pinturas de Domenico Failutti
Guerra da Independência do Brasil
Independência da Bahia
Afonso d'Escragnolle Taunay
Referências
GOMES, Nathan (2019). «A la guerra Americanas: questões de gênero e etnicidade nos retratos de Maria Quitéria de Jesus». Revue Interdisciplinaire de Travaux sur les Amériques. Consultado em 29 de maio de 2020
«Imperial Ordem do Cruzeiro». Wikipédia, a enciclopédia livre. 1 de maio de 2020
Simioni, Ana Paula Cavalcanti; Lima Junior, Carlos (28 de maio de 2018). «Heroínas em batalha». Museologia & Interdisciplinaridade. 7 (13): 31–54. ISSN 2238-5436. doi:10.26512/museologia.v7i13.17754
Makino, Miyoko (2003). «Ornamentação do Museu Paulista para o Primeiro Centenário: construção de identidade nacional na década de 1920». Anais do Museu Paulista. 10-11 (1). ISSN 0101-4714
Brefe, Ana Cláudia Fonseca (00/2003). «História nacional em São Paulo: o Museu Paulista em 1922». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. 10-11 (1): 79–103. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/S0101-47142003000100006 Verifique data em: |data= (ajuda)
Cavalcanti Simioni, Ana Paula (4 de fevereiro de 2014). «Les portraits de l'Impératrice. Genre et politique dans la peinture d'histoire du Brésil». Nuevo mundo mundos nuevos. doi:10.4000/nuevomundo.66390
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Esta página foi editada pela última vez às 12h28min de 19 de agosto de 2020.
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