Porque estão Lindo ficou com receio de apoiar a Coreia do Norte o que ele temia o que fez ele mudar de opinião
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A propaganda 'jovem' da Coreia do Norte para tentar mudar sua imagem no mundo
25 agosto 2020
Em um esforço para mudar a imagem do país na esfera internacional, a Coreia do Norte vem executando uma transformação em sua forma de transmitir notícias.
Esqueça os boletins de informação histriônicos de formato tradicional, em que um âncora enaltece os feitos do líder, Kim Jong-un.
Agora, jovens YouTubers, como Un A, dão dicas sobre "lugares interessantes".
Ela faz vídeos no YouTube sobre a vida em Pyongyang com foco na audiência estrangeira.
Em um deles, Un A pode ser vista mostrando os marcos da capital norte-coreana. Em outro, aparece vestindo um agasalho e tênis enquanto corre ao longo do rio Taedong, na capital, em seu dia de folga.
"Hoje vou mostrar a vocês o que os coreanos fazem em seu tempo livre, ok?", diz ela, em inglês. "Diria que a maneira mais popular de passar o tempo para nós é praticando esportes ... como basquete, vôlei, tênis de mesa."
Não se sabe quem exatamente está fazendo e divulgando os vídeos em vários canais do YouTube. O canal que exibe os vídeos de Un A, "Echo of Truth" ("Eco da Verdade", em tradução livre para o português"), possui 23 mil assinantes. Segundo o YouTube, ele foi criado em 2017.
Para especialistas, essa iniciativa tem envolvimento do regime norte-coreano e se trata de um esforço para lutar contra a mensagem anti-Coreia do Norte na imprensa internacional.
"Faz com que as pessoas comecem a pensar de maneira diferente sobre a Coreia do Norte, para além das ogivas nucleares", diz Colin Zwirko, da NK News, site de notícias em inglês sobre a Coreia do Norte sediado em Seul, na Coreia do Sul.
"Eles estão tentando alcançar uma audiência jovem no Twitter e no YouTube e mostrar a eles quão moderna a Coreia do Norte é, mas ainda com propaganda pesada", acrescenta.
A Coreia do Norte estaria se inspirando na Rússia e na China com suas transmissões de notícias em inglês.
"A Coreia do Norte vem tentando fazer isso cada vez mais desde 2014", diz Sandra Fahy, professora-associada de Antropologia Cultural e Social na Sophia University, no Japão, e especialista em Coreia do Norte.
Naquele ano, a ONU publicou um relatório detalhado com amplas alegações de violações de direitos humanos no país.
Fahy recomenda cautela com esses vídeos.
"Por exemplo, se você observar as imagens das pessoas ao fundo, há mais adultos (do que crianças). Todos têm a mesma idade", diz.
"A mesma coisa no restaurante. Não há ninguém no restaurante, com exceção de dois funcionários e dois indivíduos que estão comendo, todos sozinhos Tudo parece muito ensaiado a ponto de parecer extremamente artificial", acrescenta.
Sendo assim, esse novo olhar sobre o enigmático país pode esconder mais do que revelar.