História, perguntado por ellenmsl0106owhbiw, 1 ano atrás

Porque a oligarquia paulista continuou lutando contra o governo, mesmo depois dele ter marcado a data para a eleição da assembleia constituinte?

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Respondido por bokomoko
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Você deve estar falando da revolução de 1932. (por acaso, parece que está se repetindo hoje em dia mas é outra história, vamos focar em 1932).

Quando Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930 ele tirou do poder a política do "café com leite" que alternava o poder entre os paulistas e os mineiros, ou .. em outras palavras, entre a oligarquia paulista (que cultivava café) e a oligarquia mineira (que produzia leite com seus rebanhos de gado). Essa política café-com-leite privilegiava os paulistas e os mineiros e o resto do país se laskava. Até aí tudo bem, sempre foi assim e em certa medida ainda é hoje em dia. Só que depois a quebra da bolsa de Nova York os preços do café caíram muito no mercado internacional. A maior parte da produção do café era exportada e com a queda dos preços os paulistas amargavam sérios prejuízos. A ideia dos paulistas (antes de Getúlio chegar ao poder) era que o governo pagasse pela diferença de preço. Por exemplo, suponha que o café era vendido a 30 dólares a saca. Aì o preço cai porque a bolsa de nova york quebrou. O preço cai para 6 dólares. Os paulistas queriam que o governo continuasse comprando o café a 30 dólares. Ou seja, os paulistas queriam transferir o prejuízo para os cofres públicos (já viu isso recentemente?) Em suma, o governo teria que arrecadar mais impostos para compensar os paulistas.

Obviamente que o resto do país não ia se submeter a isso. Lamentamos muito pelos prejuízos dos fazendeiros de café (que eram muito ricos e poderosos) mas o problema é de vocês. O resto do Brasil tem nada a ver com isso. Getúlio comandou a revolta e tomou o poder acabando com essa farra. Ao mesmo tempo, Getúlio Vargas prometeu que haveria uma nova assembléia constituinte para definir as novas regras pelas quais os governos federais e estaduais iriam funcionar. 

Só que os Paulistas não queriam conversa. Eles queriam ser compensados e já pois os custos eles não baixavam, ou não tinham competência ou não tinham interesse em sair da mamata. Getúlio Vargas disse que até topava fazer uma nova constituinte mas nem pensem que vai ter essa compensação absurda. Ele deixou bem claro para os paulistas. Como os paulistas também não arredaram pé, o jeito foi ir pra guerra. 

Tomaram uma dura das tropas federais, perderam a "revolução" (que de revolução não tinha nada) e voltaram para São Paulo com o rabo entre as pernas. Para não dar o vexame todo, e Getúlio sendo muito esperto, deixou os paulistas declararem feriado (9 de julho) e fazer monumentos e comemorarem até hoje essa forçada de barra. 

Até hoje os paulistas acham mesmo que foi uma revolução. Foi mais uma baderna e um vexame.


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