Porque a imperatriz Leopoldina não recebe o devido destaque nos livros de história?
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A imperatriz Leopoldina sempre é retratada como exemplo de mãe, esposa, e alma caridosa. A princesa triste, mal vestida e traída. O autor saiu desse tipico relato trazendo os pensamentos e sentimentos da nossa imperatriz.
Rezzutti iniciou o livro falando sobre o império dos Habsburgo, a família representada na cor amarela de nossa bandeira, seus interesses políticos, economicos e maneiras de atingir o que desejavam. A apresentação da família imperial austríaca trouxe o entendimento sobre a educação que a princesa recebeu, explicando seus interesses políticos e cientificos.
Irmã de Maria Luiza, segunda esposa de Napoleão Bonaparte, Leopoldina entendia e aceitava o papel da esposa de um imperador ao mesmo tempo que sabia como expor seus ideais. A princesa aos 20 anos casou-se por procuração em Viena e embarcou para Brasil, sonhando com um casamento perfeito e a vida em um paraíso, desembarcando no Rio de Janeiro em novembro de 1817.
Encontrou um marido com bem menos instrução que ela, uma corte com hábitos estranhos, sem cultura e refinamento e um país com um calor insuportável. Desfrutou de seu casamento ao lado de D.Pedro, um marido, ainda, muito atencioso e presente, e aproveitava as horas vagas para estudar nossa fauna e flora. Se correspondia frequentemente com amigos e familiares na Europa, e foi através das cartas escritas por ela que o leitor entra no cotidiano no casal imperial e nos pensamentos e desejos da princesa.
Quando D.Pedro assumiu a regência do pais Leopoldina acompanhou e interferiu em decisões políticas juntamente com o marido. O casal real era visto sempre andando juntos, e recebiam a todos que solicitavam uma audiência. A princesa mantinha projetos de caridade, mesmo sem ter dinheiro para isso. Para o pagamento de seus colaboradores e de seus projetos sociais a princesa recorria a empréstimos mundo a fora.
Em seu acordo nupcial ficou determinado uma quantia para manutenções das despesas pessoais da princesa e para seus projetos. Essa quantia não era paga regularmente, e quando era pago ficava retido com o marido. Sem o valor que tinha a receber, e com os empréstimos a princesa não tinha dinheiro nem mesmo para seus vestidos, e ainda assim, existiam pessoas que falavam que o marido a traia porque a esposa não se vestia adequadame.
Durante as tensões pós partida da corte para Portugal, a presença de Leopoldina nas discussões políticas era frequente, e era desejo seu, mesmo que isso significasse o fim do sonho de retornar à Europa, que o Brasil se separasse de Portugal. Em 2 de Setembro de 1822, após presidir a reunião do conselho que deliberou sobre a independência, enviou uma carta ao marido, que estava em viagem à São Paulo, dizendo que era hora. E no dia 07 de setembro D.Pedro declarou independência.
Juntamente com o retorno de D. Pedro ao Rio de Janeiro veio a família Castro, e com eles Domitila de Castro, amante responsável por todo o desgosto em seu casamento. A imperatriz era amada pelo povo, e D. Pedro recebia esse amor até expor a esposa a todas humilhações possíveis por conta de seu amor por Domitila. A imperatriz foi afastada da política, só podia sair da residência na presença do marido e ainda tinha que suportar a presença da amante como sua dama. Resistiu a tudo como entendía que uma imperatriz deveria suportar, entendia que para manter o povo unido era necessário que o casal real estivesse unido. Após 9 anos no Brasil, 9 gestações, a imperatriz faleceu no Rio de Janeiro, deixando os brasileiros profundamente revoltados com seu imperador, para o povo D.Pedro era a causa da morte da imperatriz.
D. Pedro expulsou Domitila de São Paulo, casou se novamente e voltou para Portugal. E Leopoldina mesmo tendo um papel importante na história geralmente é lembrada pelo seu sofrimento perante as traições do marido, e livros como esse são muito importantes para resgatar as lembranças de pessoas tão importantes para nossa história.