Porque a guerra dos seis dias foram consideradas a mais importante
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Resposta:
O que foi a Guerra dos Seis Dias?
A Guerra dos Seis Dias, ou Terceira Guerra árabe-israelense, foi travada entre os dias 5 e 10 de junho de 1967, tendo de um lado do conflito as forças armadas do Estado de Israel e, do outro, as do Egito, Síria, Jordânia e Iraque, que, por sua vez, receberam o apoio de Kuwait, Líbia, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. Essa foi a guerra mais rápida travada entre árabes e israelenses e foi também a guerra que possibilitou a Israel expandir seu território, conquistando a Península do Sinai, a Cisjordânia, Gaza, Jerusalém oriental e as colinas de Golã – o que, posteriormente, desencadeou a Guerra do Yom Kippur, em 1973.
Os porquês do conflito
Árabes e israelenses já haviam entrado em conflito em duas ocasiões desde a Independência do Estado de Israel, em 1948. Nas décadas de 1950 e 1960, estava em ascensão o nacionalismo árabe, liderado pelo presidente do Egito e posterior presidente da República Árabe Unida (RAU), Gamal Abdel Nasser. Abdel Nasser era apoiado por Hafez al-Assad, da Síria, pelo rei Hussein, da Jordânia, e por outros chefes de Estado árabes, sobretudo os que integravam a Liga Árabe. Na Segunda Conferência do Cairo, de 1964, esses países deixaram claro, por meio de uma declaração, que um dos seus objetivos principais era a destruição do Estado de Israel.
Esse tipo de postura aumentou sobremaneira a tensão na região do Oriente Médio. A situação piorou quando Síria e Jordânia passaram a dar apoio a grupos guerrilheiros nascidos da Organização para a Libertação da Palestina, a OLP, e a movimentar tropas regulares nas fronteiras com Israel, em maio de 1967. Pressionado por sírios e jordanianos, Gamal Abdel Nasser mobilizou tropas egípcias na Península do Sinai, em 16 de maio, e ordenou que as tropas da ONU – presentes no lugar desde o fim da última guerra árabe-israelense (1956) – retirassem-se. Em 22 do mesmo mês, Nasser ordenou o bloqueio ao Golfo de Aqaba. Em 4 de junho, o Iraque juntou-se ao pacto jordaniano-egípcio de ajuda mútua em caso de guerra. Antevendo um ataque coordenado desses países, no dia seguinte, Israel deu início à sua “guerra-relâmpago”.
Guerra-relâmpago
No primeiro dia da guerra, houve a destruição de 309 dos 340 aviões de combate egípcios pelos caças israelenses em um espaço de apenas duas horas. Os aviões foram destruídos em suas bases militares no solo. No segundo dia, Israel cruzou as fronteiras da Península do Sinai. No terceiro dia, paraquedistas israelenses conquistaram a cidade velha de Jerusalém, que estava sob o domínio de jordanianos, e ainda no dia 7 chegaram ao estreito de Tiran e, no dia 8, a Rumani, perto do canal de Suez. Nos dias seguintes, Egito e Síria já estavam derrotados, e a guerra continuava contra a Jordânia. Com o avanço das tropas israelenses sobre a fronteira, houve a captura da Cisjordânia – porção jordaniana próxima à fronteira natural do rio Jordão.
O saldo da guerra foi o seguinte: para Israel, os danos computados foram de 980 soldados mortos, 4.520 feridos, 40 aviões abatidos e 394 tanques danificados. Do lado árabe, foram 4.300 soldados mortos, 6.120 feridos, 444 aviões abatidos e 965 tanques danificados.
Consequências
A própria dinâmica do desenvolvimento da guerra favoreceu Israel na ocupação dos territórios vizinhos, valendo ressaltar, portanto, que tal ocupação não foi planejada e nem tinha caráter definitivo. Como elucida o sociólogo Cláudio Camargo, a Guerra dos Seis Dias:
foi um conflito que nenhuma das partes desejava e que, ao contrário do que possa parecer, careceu de planejamento político e estratégico por parte de Israel, embora muitos analistas árabes acreditassem que o conflito fora deliberadamente provocado pelos israelenses para expandir seu território. Contundo, a conquista e a ocupação da Cisjordânia e das colinas de Golã foram definidos ao longo das batalhas e não estavam nos planos iniciais dos estrategistas israelenses. [1]
Isso pode ser provado pelo fato de que, em 19 de junho de 1967:
[…] o gabinete israelense reuniu-se e decidiu propor um acordo de paz com o Egito e a Síria, retirando suas tropas das áreas ocupadas desde que fossem garantidas a liberdade de navegação no estreito de Tiran e no canal de Suez: a desmilitarização da península do Sinai e das colônias de Golã e a não interferência no escoamento de água das nascentes do rio Jordão. Em relação à Cisjordânia – que na época já tinha uma população de 1,2 milhão de palestinos –, o gabinete ficou dividido entre a opção de dar autonomia aos palestinos, mas manter o território sob controle israelense ou devolver parte deles à Jordânia. [2]
NOTAS
[1] CAMARGO, Cláudio. “Guerras Árabes-Israelenses”. In: MAGNOLI, Demétrio. História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013. p. 441-42.
[2] Ibid. p. 442.: