Porque a entrada de negros no futebol se deu pela questão económica?
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Resposta:
Não é difícil encontrar quem aponte o dinheiro como um grande mal do ‘futebol moderno’. Não existe mais amor à camisa? As seleções ficaram em segundo plano? As relações dentro de campo se transformaram em um balcão comercial? Tudo culpa da grana. As acusações são até naturais, diante da dimensão econômica que o esporte ganhou. E perdurarão, já que nada indica que a situação mudará em breve, enquanto os milhões jorrarem. Nem parece que foi justamente o dinheiro o fator para quebrar importantes barreiras nos primórdios do futebol.
A partir do momento em que se instituiu, o profissionalismo foi fundamental para romper o preconceito de classes na Inglaterra. Foi o instrumento que permitiu de vez a entrada das classes mais pobres nos clubes, em 1885. Os proletários, que conciliavam o trabalho nas fábricas com os jogos em uma prática maquiada, puderam se assumir como jogadores de futebol. Já no Brasil, a introdução do profissionalismo provocou um reflexo ainda mais profundo na sociedade. Mais do que a aproximação de classes, foi o responsável por integrar em definitivo aqueles que eram excluídos pela cor de sua pele.
Se em 2013 o futebol brasileiro celebrou os 80 anos do profissionalismo, a data também poderia ser lembrada como a da abertura das portas aos negros no esporte nacional. E, se ainda há bastante a evoluir em relação às relações profissionais, muitas vezes de fachada e não durando mais do que quatro meses, o mesmo pode se dizer em relação ao preconceito de cor. O racismo continua proporcionando episódios repugnantes dentro de campo. No entanto, é impossível não se reconhecer o protagonismo do negro nessas oito décadas de caminhada. E que ajudou a mudar a cabeça da sociedade brasileira.