Por que podemos considerar que o Estado surgido após a independência nos Estados Unidos era um estado liberal com fortes tendências democráticas, muito diferente dos Estados surgidos na America Ibérica?
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Quando as 13 colônias se tornaram independentes, elas adotaram uma República como governo. No Brasil foi Império.
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Prezada Martha,
Sua pergunta é bastante interessante.
É preciso, para respondê-la, contextualizar historicamento o processo de colonização das 13 colônias e das colônias da América Latina (não apenas ibérica).
Nas colônias do Centro-Norte dentre as 13 colônias americanas da Inglaterra ocorreu a colonização ou invasão de povoamento, caracterizada pela situação em que os colonizadores invadem ou ocupam a área com o objetivo de viver nela, impor sua cultura e religião aos habitantes originários, quando não era possível simplesmente exterminá-los. O clima nessas regiões apresentava características semelhantes ao da Inglaterra, de maneira que não havia o interesse imediato do governo inglês por essas colônias, diferentes das riquezas produzidas de maneira rápida em outras regiões pelas condições climáticas favoráveis à produção da cana de açúcar e outros produtos de interesse desse momento históricos, com uma maior intervenção estatal e controle para garantir o pagamento dos impostos à metrópole.
Desse modo, houve liberdade nesses locais para que se criasse uma estrutura social e política baseada no debate, na argumentação, bem como na livre iniciativa para abrir empresas e empreendimentos, não havendo, normalmente, grandes latifúndios, portanto, era possível uma menor desigualdade social entre as pessoas. Quando eles se tornam independentes, o modelo político e econômico que prevaleceu foi o do liberalismo e da perspectiva democrática. [Apesar disso, boa parte do território americano foi conquistado através do genocídio contra os índios e as guerras com o México e a anexação dos territórios mexicanos].
Já com o resto do continente americano, as Metrópoles (os países colonizadores) controlavam, fortemente, o monopólio comercial, promovendo o protecionismo voltado a uma balança comercial que beneficiasse o país colonizador.
Nesse sentido, era mais importante alguém ter contatos políticos com a família real ou outros poderosos da metrópole do que apresentar um bom produto ou uma boa estratégia de negócio, o que favoreceu a grande corrupção no estado absolutista.
Não havia liberdade para discutir as ideias e os projetos políticos, bem livre iniciativa para operar no mercado econômico. A economia, em grande parte, era dominada por pessoas que se beneficiavam pelo situação injusta e a competição desleal no campo econômico.
Desse modo, o Brasil e muitos outros países da América, ao se tornarem independentes, mantiveram a cultura do monopólio, do uso do poder para defender interesses particulares, bem como evitando a efetiva inclusão das camadas populares do processo político-decisório, dentro da lógica do "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Para demonstrar esse tipo de posicionamento, saiba que havia leis proibindo meu Estado, o Rio Grande do Norte, de produzir sal (hoje o RN é responsável por produzir mais de 95% desse produto no Brasil).
Essa substituição da metrópole pelas elites locais, sem alteração da estrutura social, é uma característica que dará origem ao caudilhismo e à monarquia brasileira, bem como a república das espadas.
Outro resultado desse processo está no uso do dinheiro público de maneira despreocupada pelos governantes, muitas vezes de modo contrário à necessidades da população, estimulando, inclusive, em práticas como a corrupção.
Sugiro, para complementar essa explicação, que veja o vídeo " Guerra de Canudos - filme completo ", facilmente encontrado no you..tube, bem como ler o livro " Os Sertões ", de Euclides da Cunha .
Bons estudos!
Sua pergunta é bastante interessante.
É preciso, para respondê-la, contextualizar historicamento o processo de colonização das 13 colônias e das colônias da América Latina (não apenas ibérica).
Nas colônias do Centro-Norte dentre as 13 colônias americanas da Inglaterra ocorreu a colonização ou invasão de povoamento, caracterizada pela situação em que os colonizadores invadem ou ocupam a área com o objetivo de viver nela, impor sua cultura e religião aos habitantes originários, quando não era possível simplesmente exterminá-los. O clima nessas regiões apresentava características semelhantes ao da Inglaterra, de maneira que não havia o interesse imediato do governo inglês por essas colônias, diferentes das riquezas produzidas de maneira rápida em outras regiões pelas condições climáticas favoráveis à produção da cana de açúcar e outros produtos de interesse desse momento históricos, com uma maior intervenção estatal e controle para garantir o pagamento dos impostos à metrópole.
Desse modo, houve liberdade nesses locais para que se criasse uma estrutura social e política baseada no debate, na argumentação, bem como na livre iniciativa para abrir empresas e empreendimentos, não havendo, normalmente, grandes latifúndios, portanto, era possível uma menor desigualdade social entre as pessoas. Quando eles se tornam independentes, o modelo político e econômico que prevaleceu foi o do liberalismo e da perspectiva democrática. [Apesar disso, boa parte do território americano foi conquistado através do genocídio contra os índios e as guerras com o México e a anexação dos territórios mexicanos].
Já com o resto do continente americano, as Metrópoles (os países colonizadores) controlavam, fortemente, o monopólio comercial, promovendo o protecionismo voltado a uma balança comercial que beneficiasse o país colonizador.
Nesse sentido, era mais importante alguém ter contatos políticos com a família real ou outros poderosos da metrópole do que apresentar um bom produto ou uma boa estratégia de negócio, o que favoreceu a grande corrupção no estado absolutista.
Não havia liberdade para discutir as ideias e os projetos políticos, bem livre iniciativa para operar no mercado econômico. A economia, em grande parte, era dominada por pessoas que se beneficiavam pelo situação injusta e a competição desleal no campo econômico.
Desse modo, o Brasil e muitos outros países da América, ao se tornarem independentes, mantiveram a cultura do monopólio, do uso do poder para defender interesses particulares, bem como evitando a efetiva inclusão das camadas populares do processo político-decisório, dentro da lógica do "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Para demonstrar esse tipo de posicionamento, saiba que havia leis proibindo meu Estado, o Rio Grande do Norte, de produzir sal (hoje o RN é responsável por produzir mais de 95% desse produto no Brasil).
Essa substituição da metrópole pelas elites locais, sem alteração da estrutura social, é uma característica que dará origem ao caudilhismo e à monarquia brasileira, bem como a república das espadas.
Outro resultado desse processo está no uso do dinheiro público de maneira despreocupada pelos governantes, muitas vezes de modo contrário à necessidades da população, estimulando, inclusive, em práticas como a corrupção.
Sugiro, para complementar essa explicação, que veja o vídeo " Guerra de Canudos - filme completo ", facilmente encontrado no you..tube, bem como ler o livro " Os Sertões ", de Euclides da Cunha .
Bons estudos!
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