Português, perguntado por nidianatalina, 1 ano atrás

por que podemos considerar que a gramatica tem por objetivo orientar e regularizar o uso da lingua portuguesa?

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Respondido por EstudandoB
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Resposta:

Gramática: Diferentes Concepções 

Nos últimos anos, com os avanços das ciências relacionadas à linguagem, muito se tem discutido e pesquisado sobre o ensino de gramática, há até quem questione sobre ensiná-la ou não. Atualmente, a ideia que se tem é de que ela deve ser trabalhada na escola, e o questionamento volta-se para como se deve fazê-lo. Nessa vertente, há um consenso, de certo modo generalizado, de que esse ensino deve ser feito através de textos. 

Vale lembrar que tal ensino tem assumido caráter central na organização do saber linguístico, e a gramática, pouco a pouco, vai se constituindo como sinônimo de língua portuguesa e os professores passam a ensiná-la como manual de regras a serem aprendidas para o bem falar e escrever. 

A grande questão que se coloca é o que entendemos por gramática? Percebemos que tal questionamento depende da postura assumida pelo professor em sua prática de ensino-aprendizagem e a partir dela pode se pensar nas concepções de gramática: normativa, descritiva e internalizada. 

O ensino através da gramática normativa acontece pela memorização de normas e regras. A gramática é entendida como conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever estabelecidos pelos especialistas, tendo por base o uso da língua consagrado pelos bons escritores. Nessa vertente, defende-se o uso tão somente da variedade padrão ou culta, outras formas de uso da língua são consideradas erros, desvios, deformações da língua. 

Conforme afirma Travaglia (2001): A gramática só trata da variedade de língua que se considerou como a norma culta, fazendo uma descrição dessa variedade e considerando erro tudo o que não está de acordo com o que é usado nessa variedade da língua. Tudo o que foge a esse padrão é “errado” (agramatical, ou melhor dizendo, não gramatical) e o que atende a esses padrões é “certo” (gramatical). (p.24) 

Convêm explicitar que tal uso fundamenta-se em critérios tais como elegância, beleza, eufonia, dentre outros, além de percebermos o caráter elitista que sobrepõe o uso da língua pela classe de prestígio em detrimento das classes populares, quando a gramática certifica que certos usos são da linguagem popular, para Castilho (1988, p.55), ”há um forte sentimento de estratificação social, e sobretudo de ‘diferenças’ social”. Assim, há uma visão política que defende o purismo e a vernaculidade, prega a necessidade de excluir da língua tudo que não provenha do grego ou latino quando o assunto e Língua Portuguesa. 

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