Por que, para os produtores agroecológicos, a produção orgânica representa apenas uma etapa da transição para a agroecologia?
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Resposta:
A transição agroecológica é a passagem da maneira convencional de produzir com agrotóxicos e técnicas que agridem a natureza, para novas maneiras de fazer agricultura, com tecnologias e bases cientificas com viés ecológico, buscando proporcionar de maneira integrada a produção agrícola, o respeito e a conservação da natureza, sem esquecer jamais da meta de proporcionar uma melhor qualidade para as presentes e futuras gerações, do fortalecimento local, regional, territorial e/ou nacional, sejam eles consumidores ou produtores agrícolas.
A transição agroecológica pode ser interna aos sistemas de produção, e também externa, pois implica mudanças ou alterações nas características culturais, estruturais e/ou ecológicas em sistemas já estabelecidos. A transição externa é aquela que acontece fora das unidades de produção. Alguns dos fatores capazes de influenciar na transição agroecológica externa são: Consciência pública, organização, mercados e infraestrutura; mudanças no ensino, pesquisa e extensão rural; Legislação; e Reforma Agrária.[16] O processo de transição também referisse a mudança gradual dos moldes convencionais, buscando a integração permanente do conhecimento elevando a níveis superiores de pensamento no contexto da complexabilidade, ou seja, busca de forma ordenada a substituição gradual dos insumos e pensamentos, por meios das bases e metodologias cientificas que vem do conhecimento e observações tradicionais, elevando a sintropia dos ambientes: meio ambiente natural, social, cultural, do trabalho e por fim econômico, pois o fator de agregação monetária ao produto agroecológico e resultado da interação permanente de ambas as áreas.
No Brasil, o segmento é ainda tímido, tanto no que diz respeito ao número de propriedades que passaram pelo processo de transição, quanto à projeção de seus produtos no mercado interno. Porém, com a promoção e divulgação cada vez mais constantes da agroecologia esse nicho, ainda predominantemente hortifrutigranjeiro, tende a crescer.[11] Ações governamentais, mesmo que incipientes, também buscam reforçar esse laço com a agroecologia, seja através do financiamento de projetos de redes e ONGs ou de linhas de crédito diretas através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Desde a safra 2003/04, O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) criou novas modalidades para o Pronaf, dentre elas, o Pronaf Agroecologia, que apóia agricultores familiares interessados em não utilizar insumos químicos e também aqueles que já estão em processo de transição agroecológica.[17]