História, perguntado por Yasla16, 11 meses atrás

Por que os protestos contra o racismo nos EUA são diferentes dos Brasileiros??

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Respondido por Usuário anônimo
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Resposta:

Os "riots" — quando há depredação de prédios, queima de pneus e violência nas ruas — é um formato histórico de protesto que cresceu durante o século 20. São sintoma do agravamento das tensões raciais ao longo dos anos. Importante lembrar que, com a abolição, a política escravista nos EUA foi transformada em política de segregação racial: em muitos estados norte-americanos, negros eram proibidos de estudar em determinadas escolas, a votar e a frequentar bairros tidos como brancos. "Eles sabem que, se não houver protesto, e daquela forma, ocupando a rua e com enfrentamento, pode não acontecer nada", afirma Brito. Os ataques a prédios e à delegacia de polícia são simbólicos.

Na mesma semana da morte de Floyd, o menino João Pedro, 14, foi morto dentro de casa por policiais, durante uma operação em São Gonçalo (RJ). Aqui, nunca houve uma política explícita de segregação racial, mas a desigualdade é bem demarcada etnicamente quando se olham os números. Negros compõem a maioria da população brasileira (56%) — para o IBGE, a categoria abarca pretos e pardos. Entretanto, homens negros têm expectativa de vida até 4,6 anos menor que a de homens brancos. No mercado de trabalho, uma pessoa negra e uma pessoa branca com a mesma formação têm diferença salarial de 31%. Na violência cotidiana, os dados passam batidos. "As pessoas acham que o que aconteceu com o João...

Explicação:

Por que não reagimos da mesma forma? O histórico do movimento por direitos civis trouxe uma consciência política para os norte-americanos ainda pouco disseminada no Brasil. Para Luciana Brito, a morte de uma pessoa negra por lá é entendida como uma ruptura do Estado democrático. Para Custódio, nossa realidade histórica é muito diferente. "Um dado fundamental que diferencia o Brasil dos EUA é a importância que a ideologia da democracia racial ainda tem na conformação das nossas relações raciais. Apesar de toda a crítica, ela ainda faz parte da gramática de expectativas sociais que são construídas, e isso está na raiz da construção da identidade brasileira."

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