por que os primeiros teoricos do socialismo eram denominado "socialistas utopicos"?
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O pensamento socialista foi primeiramente formulado por Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858).[1]
Embora seja tecnicamente possível para qualquer conjunto de ideias, ou qualquer pessoa que viva em qualquer momento da história possa ser um socialista utópico, o termo é mais frequentemente aplicado aos socialistas que viveram no início de século XIX, aos quais foi atribuído o rótulo de "utópico" como um termo negativo por seus opositores marxistas (os quais, por oposição, se autodenominavamsocialistas "científicos"), a fim de implicar ingenuidade e destituir suas ideias como fantasiosas ou irrealistas.[2]
Esta distinção é clara na obra de Engels, Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico, editada em 1892. Os socialistas utópicos foram vistos como querendo expandir os princípios da Revolução Francesa, a fim de criar uma sociedade e sistema econômico mais racional, e apesar de ser rotulados como utópico pelos socialistas posteriores, seus objetivos não eram sempre utópicos, e seus valores incluíam frequentemente suporte científico e a criação de uma sociedade baseada em tais princípios.[3]
Os socialistas utópicos acreditavam que a implantação do sistema socialista ocorreria de forma lenta e gradual, estruturada no pacifismo, inclusive na boa vontade da própria burguesia.[4]
Terminologia[editar | editar código-fonte]O nome vem da obra Utopia de Thomas More (1478 - 1535), a derivação utópico pode ser entendida como lugar que não existe, imaginário. Os primeiros socialistas que propuseram a construção de uma sociedade igualitária foram posteriormente definidos como utópicos.
Histórico[editar | editar código-fonte]Desde o século XVI, autores como Thomas More e Tommaso Campanella (1568 - 1639) imaginavam uma sociedade de iguais perante a lei. Na França do século XVIII], orevolucionário Gracchus Babeuf (1760 -1797]]) escreve o Manifesto dos Iguais que coloca o abismo que separa a igualdade formal da tríade “liberdade, igualdade, fraternidade” e a desigualdade real.
No século XIX, com as condições econômicas e o capitalismo se desenvolvendo desde a revolução industrial, as cidades incham de proletários com baixos salários.
As novas teorias exigem então a igualdade real e não apenas a ideal. Em 1864, foi fundada em Londres a Associação Internacional dos Trabalhadores, mais tarde conhecida como Primeira Internacional (face à segunda, terceira e quarta, constituídas posteriormente), visando a luta para emancipação do proletariado. Esta união de grupos operários de vários países europeus teve em Karl Marx seu principal inspirador e porta-voz, tendo este lhe dedicado boa parte do seu tempo. Na França, o pensamento socialista teve como porta-vozes Saint-Simon, Fourier e Proudhon.
Os diversos teóricos do socialismo têm ideias diferentes e propõem soluções diversas, mas é possível reconhecer traços comuns:
Tentam reformar a sociedade (reformismo) através da boa vontade e participação de todos.Todas as tentativas não vão além de uma tendência fortemente filantrópica e paternalista: melhoria de alojamentos e higiene, construção de escolas, aumento de salários, redução de horas de trabalho.Saint-Simon pensava em uma sociedade industrial dirigida por produtores (classe operária, empresários, sábios, artistas e banqueiros). Fourier tentava organizar os falanstérios(pequena unidade social abrangendo entre 1.200 e 2.000 pessoas vivendo em comunidade). Proudhon teve plena consciência do antagonismo entre as classes, afirmava que apropriedade privada significava uma espoliação do trabalho. Ele preconizava a igualdade e a liberdade, que para ele era sinônimo de solidariedade, pois o homem mais livre é aquele que encontra no outro uma relação de semelhantes. Robert Owen chegou a pôr em prática seu ideal socialista. Na sua fábrica de New Lamarck, reduziu a jornada de trabalho, aumentou os salários e mandou construir casas paras as famílias operárias.