História, perguntado por sabrinasales631, 7 meses atrás

Por que o Tratado de Madrid ocasionou a Guerra Guaranítica?​

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Respondido por arthu006
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Resposta: Um ano após a publicação do tratado, em 17 de janeiro de 1751, firmou-se um Convênio Secreto Adicional. Por ele, os reis de Espanha e Portugal se comprometiam, em caso de uma resistência dos “índios e habitantes”, a realizar a transmigração das aldeias e territórios missioneiros, sob a força das armas. Esse Convênio Adicional era constituído de quatro artigos separados, nos quais, para garantir a possessão das terras permutadas de forma pacífica e perpétua, ambos os monarcas se comprometiam a obter a desocupação dos territórios, por força das armas, caso não houvesse obediência imediata a essa medida.[7]

Se por um lado Tratado de Madri foi elaborado para acabar com os desentendimentos entre Espanha e Portugal, no que se refere às respectivas possessões na América, como forma de amenizar ou resolver os conflitos até então latentes entre as Coroas Ibéricas; ao mesmo tempo em que tentava impor a paz , o acordo estabelecia a retirada dos povos Guarani do território compreendido pelos Sete Povos, criando assim, um conflito em potencial. Em especial, o ponto chave desse conflito foi a troca da Colônia do Sacramento e dos Sete Povos, entre Espanha e Portugal, respectivamente, configurou-se numa questão delicada que poderia trazer consequências graves para o Prata, marcando o fim da experiência dos povos jesuítico-guaranis, e para a Europa, com a expulsão dos jesuítas e a extinção da Companhia de Jesus.[7]

As autoridades ibéricas deram aos índios guaranis o prazo de um ano, para efetuar a entrega aos portugueses, o transporte de seus bens, a transferência de cerca de trinta mil pessoas. Em meio a isso, os índios dos Sete Povos resistiram as exigências do tratado enquanto os jesuítas tinham a obrigação moral de tentar persuadir os índios a obedecerem as designações do rei, uma vez que a obediência que os jesuítas deviam ao rei através do Real Patronato.[7]

Para cumprir as designações do tratado, por ordem do rei de Espanha, veio para a América o padre Luiz Altamirano, comissário eclesiástico, encarregado de supervisionar o cumprimento das estipulações do tratado, designado pelo Real Patronato. Em carta ao Superior das Missões do Uruguai, Padre Strobel, de 22 de setembro de 1752, Altamirano impõe aos padres algumas determinações. Em nome do rei e do Padre Geral e sob pena mortal, em virtude da Santa Obediência, que os jesuítas não impeçam, nem resistam direta ou indiretamente, por palavras ou por escrito, à mudança dos índios. A data em que deveria ser processada a transmigração foi estipulada: 3 de novembro de 1752. Devido a inúmeras dificuldades comuns à mudança dessa monta não houve o tempo necessário para executá-la dentro do prazo estipulado. Resolvidos então a não atender as ordens do Padre Altamirano, alguns jesuítas prenderam-se a subterfúgios, com a finalidade de retardar o máximo possível o deslocamento, na esperança de que com a demora, fosse abandonada essa ideia. Apesar de todas as tentativas de Altamirano para que se efetivasse uma mudança em geral pacífica, todas as investidas foram inúteis. Os Sete Povos não estavam dispostos e não se intimidaram com as sucessivas formas de pressão a que foram submetidos.[7] Desta maneira os espanhóis foram considerados obrigados a cumprir as disposições do tratado com a coroa portuguesa que deu origem a Guerra Guaranítica (início de 1754).

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