por que o processo de independência do Brasil nao significou uma grande mudança para a maior parte da população?
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A proclamação da Independência brasileira, em 7 de setembro de 1822, foi um passo decisivo para o início da organização do estado brasileiro. "Significou soberania para que o país pudesse estabelecer suas normas políticas e sua administração pública. Tanto é que dois anos depois, o Brasil já tinha sua primeira constituição", explica Carla Ferretti, professora de História do Brasil da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
Até hoje há controvérsias entre os estudiosos a respeito da data da Independência e mesmo do papel ativo de D. Pedro I para que ela se efetivasse. "Houve uma pressão muito grande para que isso acontecesse", diz a professora. Isso porque os proprietários rurais e de escravos temiam perder a liberdade econômica que ganharam com a vinda da família Real em 1808 e a abertura dos portos. Quando D. João VI voltou para Portugal em 1820, o clima político indicava que o Brasil sofreria um cerceamento de liberdade novamente.
Esse movimento por liberdade econômica e política não acontecia apenas aqui no país, mas estava propagado por toda a América. "Era um reflexo da independência das colônias americanas", diz a professora.
A independência, no entanto, não resultou em transformações políticas profundas, nem tampouco sociais, porque D. Pedro já governava o país desde que D. João VI havia voltado para Portugal. "Na verdade foi uma independência sem muitas mudanças no quadro político e social do país", afirma a historiadora