Português, perguntado por flashbielpadsls, 4 meses atrás

Por que não resolve a criação de decretos para a proibição de estrangeirismos?
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Respondido por smotaleal
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Resposta:

Abolir os empréstimos linguísticos por decreto é tão produtivo quanto proibir o falante de falar. Não é possível delimitar fronteiras para a comunicação, a língua é uma ferramenta democrática e pertence aos falantes, somos nós quem decidimos os rumos da linguagem.

Não pense você, no entanto, que ninguém nunca tentou barrar o avanço dos estrangeirismos na língua portuguesa. Em 1999, o então deputado Aldo Rebelo criou um Projeto de Lei que propunha “a promoção, proteção, defesa e o uso da língua portuguesa”, cujo objetivo era abolir os empréstimos linguísticos e punir quem insistisse em conspurcar o português, essa última flor do Lácio, inculta e bela... Bom, o final dessa história quase cômica vocês já devem imaginar: o projeto não deu em nada graças ao bom senso de vários linguistas que, por meio de dois ou três argumentos fortes, conseguiram desmontar o absurdo proposto pelo deputado, que se achou no direito de legislar sobre o que não conhecia.

Estrangeirismos e bom senso devem caminhar lado a lado:

Fôssemos dotados de bom senso o tempo todo, a discussão sobre os estrangeirismos não ganharia tamanha relevância. A implicância contra os empréstimos deriva do exagero: se existe uma palavra na língua portuguesa que consegue expressar com exatidão o significado de um empréstimo vocabular, por que não adotá-la? A resposta para essa pergunta passa por aspectos que fogem da mera discussão linguística e invariavelmente nos levam a pensar sobre a influência nem sempre positiva de uma cultura sobre a outra. Pensar que o inglês, o francês ou seja lá qual língua for sejam mais importantes do que a nossa apenas reafirma poderes simbólicos que levam o falante a acreditar que é chique usar nove estrangeirismos a cada dez palavras ditas.

Assim, viva os estrangeirismos, eles estão aí para contribuir para nossas atividades discursivas, e não para serem um obstáculo para a comunicação, razão maior da linguagem. Todavia, como em quase tudo na vida, menos é mais, portanto, na dúvida e na possibilidade de um vocábulo tupiniquim, opte sempre pelo bom senso, ou seja, prefira o bom e velho português e nada de for sale em vez de liquidação, certo?


flashbielpadsls: Obrigado irmão!
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