Por que ler as obras de dina Salustio? Presciso se um texto de no mínimo 15 linhas pfvrrr
Soluções para a tarefa
Resposta:
Éramos eu e tu
Dentro de mim
Centenas de fantasmas compunham o espectáculo
E o medo
Todo o medo do mundo em câmara lenta nos meus olhos.
Mãos agarradas
Pulsos acariciados
Um afago nas faces.
Éramos tu e eu
Dentro de nós
Suores inundavam os olhos
Alagavam lençóis
Corriam para o mar.
As unhas revoltam-se e ferem a carne que as abriga.
Éramos tu e eu
Dentro de nós.
As contracções cada vez mais rápidas
O descontrolo
A emoção
A ciência atenta
O oxigénio
A mão amiga
De repente a grande urgência
A Hora
A Violência
Éramos nós libertando-nos de nós.
É nossa a dor.
São nossos o sangue e as águas
O grito é nosso
A vida é tua
O filho é meu.
Os lábios esquecem o riso
Os olhos a luz
O corpo a dor.
A exaustão total
O correr do pano
O fim do parto.
Explicação:
poeta e prosadora cabo-verdiana, nascida em 1941, em Santo Antão, em Cabo Verde. Paralelamente à sua atividade de escritora, foi professora, assistente social e jornalista em Cabo Verde, assim como em Portugal e em Angola. Dirigiu também um programa de rádio dedicado a assuntos educativos e foi produtora de rádio. Trabalhou ainda para o Ministério dos Assuntos Exteriores de Cabo Verde. Dina Salústio foi uma das fundadoras da Associação dos Escritores Cabo-verdianos, assim como de diversas publicações literárias.
Autora de um conhecido estudo sobre a violência contra as mulheres, oportunamente editado em forma de livro, bem como de um livro de literatura infanto-juvenil escrito em parceria com Marilene Pereira, Dina Salústio é também autora da colectânea de contos/estórias/crônicas 'Mornas eram as Noites' (o celebrado e muito reeditado livro no qual caustica, de forma poética e impiedosa, a sociedade cabo-verdiana e a atualidade das suas maleitas sociais, com especial incidência nos problemas da marginalidade social, da miséria e da pobreza, bem como nas questões relacionadas com a mulher, que lhe valeu a obtenção do Prêmio de Literatura Infantil de Cabo Verde. Publicou ainda o romance 'A louca de Serrano' (1998). Para além desses escritos, Dina Salústio é também criadora de poemas e de outros textos dispersos pelas revistas “Mudjer”, “Ponto& Vírgula”, “Fragmentos”, "Fragata", pelo jornal “A Semana” e pela antologia Mirabilis-de-Veias ao Sol.