História, perguntado por nicolefernandes924, 8 meses atrás

por que Jorge caldeira diz que negócio do açúcar se transformou em um mercado global​

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Respondido por andradezk
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Resposta:

Desde o lançamento de Mauá – O Empresário do Império, em 1995, Jorge Caldeira vem se firmando como um dos grandes estudiosos da história econômica brasileira. O livro Nem Céu Nem Inferno é o mais recente dos seus trabalhos e reúne ensaios que desfazem diversos clichês do pensamento nacional. Eis dois deles: o Brasil não possui tradição democrática e nem sequer empreendedores dispostos a tomar risco. Na verdade, seus textos minam pilares da lógica segundo a qual vivemos em um imenso deserto, onde mínguam o dinamismo e as instituições. Pelas mãos do passado, ele mostra o contrário – descortina um país pouco percebido, mas que pulsa no presente.

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Época NEGÓCIOS  Olhando para o passado, o senhor se recorda de algum período que se aproxime da incerteza política que estamos vivendo?

Jorge Caldeira  Temos vários. Como historiador, uma das minhas diversões era, a cada vez que o Lula falava “pela primeira vez na história…”, lembrar os 72 casos anteriores. Outro dia, eu estava discutindo quais eram os vices que, digamos assim, aglutinaram forças contra a presidência. Tem um monte. O Floriano Peixoto era vice do Deodoro da Fonseca; o Manuel Vitorino, vice do Prudente de Moraes. Mas eu acho que o problema hoje é de natureza diferente. É mais da palavra fiada do que de qualquer outra coisa. E, como resultado, está tudo meio encalacrado.

Época NEGÓCIOS  Qual é a natureza do problema atual?

Jorge Caldeira  Eleição, para que a coisa seja pra valer, tem de ter um nexo entre o que se fala e o que se faz. O eleito se compromete com o eleitor. Mas o Collor disse: “A poupança é sagrada”. E fez o que fez. Isso rompe o vínculo entre o que foi prometido e o que foi feito. O mesmo ocorreu quando a presidente Dilma disse que “não vai haver mudanças, não temos crise…”. Um político só pode ter esse tipo de atitude se pressupõe que os pobres são idiotas e não sabem o que estão fazendo quando votam. No jogo da representação, a palavra precisa ter um valor. É um compromisso real. Se o político acha que o eleitor é uma ficção, o seu compromisso será de ficção.

Época NEGÓCIOS  O senhor contesta a ideia de que o Brasil não tem tradição democrática. Quais dados indicam isso?

Jorge Caldeira  Isso está em um dos ensaios do meu novo livro. Temos eleições nas vilas do Brasil desde sempre. Desde 1532, em São Vicente; 1541, em Olinda; 1535, em Porto Seguro; 1565, no Rio de Janeiro... Isso se repete regularmente. A eleição, no Brasil, é o fenômeno mais regular. Os vereadores de São Paulo estão na 147ª legislatura. Um vereador eleito, se não morrer, completa o seu mandato e o passa para outro. Isso é estabilidade. Estabilidade imensa. Só que não faz parte dos valores da sociedade. Hoje, fala-se da vida política no Brasil como se fosse uma coisa desestruturada, que está começando… Não, está estruturada pelos pobres. Lá em cima, no topo, ela é meio bagunçada.

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