Por que houve as lutas pela independência?
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Ao encobrir o processo histórico real e concreto que ocorreu entre o final do século 18 e início do 19, esta forma de ver transmite a idéia de que a Independência ocorreu sem luta (ou quase sem) devido à atribuída “índole pacífica” do povo brasileiro, e esconde a participação popular na luta pela independência sob o argumento falacioso de que não havia povo no Brasil (como se isso fosse possível!). Ou de que a luta se resumiu ao confronto no plano político com Portugal, desconsiderando as contradições que existiam dentro da própria classe dominante brasileira a respeito dos rumos da nova nação.
A história concreta mostra uma realidade muito mais complexa. Dentre as nações sul americanas o Brasil foi o primeiro a ter um governo autônomo. Desde que a família real portuguesa fugiu de Lisboa, fugindo das tropas napoleônicas, e estabeleceu a capital no Rio de Janeiro, o Brasil passou a ser a sede de fato da monarquia. A historiografia convencional costuma enxovalhar a figura de D. João VI, se considerar as medidas que tomou, no Brasil, para a construção da máquina estatal necessária para o governo – incluindo entre outras coisas a criação do Branco do Brasil, a instalação de uma fábrica de pólvora para a defesas nacional, a instalação dos tribunais superiores de Justiça, de academias militares, da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, do Jardim Botânico e da Biblioteca Nacional, da Imprensa Régia e por aí vai.
Naquela época prevalecia, entre a classe dominante brasileira a tese da união com Portugal, fortalecida pela elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, em 1815. Esta idéia permaneceu até praticamente o início do segundo semestre de 1822 e não é dificil compreender porque. O Brasil era um país escravista, com uma enorme massa escrava obrigada ao trabalho forçado nas fazendas, nas minas e mesmo nos ofícios urbanos. Ao lado dela vegetava a grande parcela da população formada por pessoas livres mas pobres, afastadas dos meios de vida regulares pois no escravismo não pode haver, por definição, um mercado de trabalho – o que havia era o mercado de escravos - e aquela parcela livre e pobre não podia vender sua força de trabalho, como ocorre no capitalismo.
Estes dois segmentos da população - a massa escrava e os livres mas pobres - representavam a grande ameaça temida pela classe dominante, sendo corriqueira sua descrição, em livros de história ou de memórias, como uma perigosos e turbulentos, que punha em risco a ordem social. O governo da monarquia, sediado em Lisboa ou no Riuo de Janeiro, representava por isso uma garantia de segurança para o segmento dominante. Existiam também preconceitos políticos e ideológicos nessa forma de pensar: a ilusão aristocrática de fazer parte de uma unidade política “europeia” e, assim, distante do caudilhismo das demais regiões da América.
A defesa de um hipotético reino luso-brasileiro mal escondia, contudo, as contradições entre a colônia e a metrólole, que eram crescentes desde pelo menos meados do século 18. Os comerciantes que operavam nos portos brasileiros, dedicados sobretudo ao tráfico de escravos, desenvolveram-se como uma autêntica burguesia comercial cuja riqueza ajudava a financiar as despesas da monarquia. Desde muito tempo negociantes de portos como Recife, Salvador, Rio de Janeiro ou Santos dominavam o comércio marítimo da Colônia com outras partes do império português e o contrabando com as partes espanholas da América do Sul (principalmente com a bacia do Prata e com o Peru). A ponto do governo portugues reclamar, em 1770, da “total exclusão” de comerciantes portugueses nesse verdadeiro comércio triangular, como o designa José Honório, cujo centro era o Brasil, “unindo-se à África e à Ásia, sem participação portuguesa” (José Honório Rodrigues. Brasil e África, outro horizonte, 1982).
A história concreta mostra uma realidade muito mais complexa. Dentre as nações sul americanas o Brasil foi o primeiro a ter um governo autônomo. Desde que a família real portuguesa fugiu de Lisboa, fugindo das tropas napoleônicas, e estabeleceu a capital no Rio de Janeiro, o Brasil passou a ser a sede de fato da monarquia. A historiografia convencional costuma enxovalhar a figura de D. João VI, se considerar as medidas que tomou, no Brasil, para a construção da máquina estatal necessária para o governo – incluindo entre outras coisas a criação do Branco do Brasil, a instalação de uma fábrica de pólvora para a defesas nacional, a instalação dos tribunais superiores de Justiça, de academias militares, da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, do Jardim Botânico e da Biblioteca Nacional, da Imprensa Régia e por aí vai.
Naquela época prevalecia, entre a classe dominante brasileira a tese da união com Portugal, fortalecida pela elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, em 1815. Esta idéia permaneceu até praticamente o início do segundo semestre de 1822 e não é dificil compreender porque. O Brasil era um país escravista, com uma enorme massa escrava obrigada ao trabalho forçado nas fazendas, nas minas e mesmo nos ofícios urbanos. Ao lado dela vegetava a grande parcela da população formada por pessoas livres mas pobres, afastadas dos meios de vida regulares pois no escravismo não pode haver, por definição, um mercado de trabalho – o que havia era o mercado de escravos - e aquela parcela livre e pobre não podia vender sua força de trabalho, como ocorre no capitalismo.
Estes dois segmentos da população - a massa escrava e os livres mas pobres - representavam a grande ameaça temida pela classe dominante, sendo corriqueira sua descrição, em livros de história ou de memórias, como uma perigosos e turbulentos, que punha em risco a ordem social. O governo da monarquia, sediado em Lisboa ou no Riuo de Janeiro, representava por isso uma garantia de segurança para o segmento dominante. Existiam também preconceitos políticos e ideológicos nessa forma de pensar: a ilusão aristocrática de fazer parte de uma unidade política “europeia” e, assim, distante do caudilhismo das demais regiões da América.
A defesa de um hipotético reino luso-brasileiro mal escondia, contudo, as contradições entre a colônia e a metrólole, que eram crescentes desde pelo menos meados do século 18. Os comerciantes que operavam nos portos brasileiros, dedicados sobretudo ao tráfico de escravos, desenvolveram-se como uma autêntica burguesia comercial cuja riqueza ajudava a financiar as despesas da monarquia. Desde muito tempo negociantes de portos como Recife, Salvador, Rio de Janeiro ou Santos dominavam o comércio marítimo da Colônia com outras partes do império português e o contrabando com as partes espanholas da América do Sul (principalmente com a bacia do Prata e com o Peru). A ponto do governo portugues reclamar, em 1770, da “total exclusão” de comerciantes portugueses nesse verdadeiro comércio triangular, como o designa José Honório, cujo centro era o Brasil, “unindo-se à África e à Ásia, sem participação portuguesa” (José Honório Rodrigues. Brasil e África, outro horizonte, 1982).
Usuário anônimo:
Obg pela resposta mais. qual foi a principal causa das lutas pela independência
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Antes do Brasil se tornar independente, estava sob os dominios de portugal. Ao ficar anunciado que se tornaria uma nação independente, nem todas as províncias concordaram com esta decisão, visto que apenas 3 aceitaram prontamente a independência, enquanto todas as outras recusavam-se a aceitar os termos da independência e continuavam prestando serviços à elite de portugal, o que levou os que apoiavam o Brasil como independente à travar batalhas contra os que não apoiavam, obrigando-os a aceitar os termos após a derrota. As principais guerras de independência ocorreram na província de Pernambuco.
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