Por que falar de migração em filosofia
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Talvez você já tenha percebido que muitos dos filósofos de característica humanista apresentam em sua trajetória pessoal o traço da migração. Não estou falando do humanismo em seu termo rigoroso, do qual criticou Heidegger em sua Carta[1] ou mesmo propôs Sartre na visão sobre o existencialismo[2]. Falo de um humanismo como estado de consciência, proposta de mundo frente ao mundo marcado pela incidência da técnica e da objetividade.
Trato também de dizer que não tenho o objetivo de produzir um recorte limitado de compreensão para colegas acadêmicos – nem limitado a estes autores -, senão tentar estabelecer uma ponte que vincula importantes questões da filosofia às experiências do indivíduo que se desloca. Afinal, esse é um dos principais recursos que alguns desses intelectuais nos oferecem: a possibilidade de migrar com eles para além de espaços físicos e incluir nessa viagem lugares oriundos da própria subjetividade