Sociologia, perguntado por Carol6548, 3 meses atrás

Por que é impossível defender o evolucionismo social?

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Respondido por viniciusufrjcs
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A ideia de evolucionismo social e cultural está conectada à prática colonial de dominação, na qual uma sociedade se considera superior às outras, e portanto se sente no direto (ou mesmo dever) de dominá-las. É uma ideia ultrapassada, utilizada sobretudo pelas nações europeiasno contexto histórico de suas expansões coloniais. Contudo, sobrevive ainda hoje em discursos dominantes.

O evolucionismo social se baseia na concepção de que as sociedades evoluem ao longo do tempo numa única direção linear, na qual algumas estão mais avançadas e outras mais atrasadas. Nesse sentido, existe uma superioridade das sociedades "evoluídas" sobre as sociedades não evoluídas, ou tradicionais, bárbaras, selvagens (e uma série de outros disfemismos depreciativos).

  • sociedade evoluída X sociedades bárbaras, atrasadas

O ideal por detrás do evolucionismo social cria no imaginário popular de quem se crê do lado "superior", uma legitimidade para dominar outras sociedades e culturas. "Se todos evoluímos na mesma direção e tal povo está atrasado, porque não deveríamos interferir?" Essa questão fez as pessoas acreditarem em um dever civilizatório, que na verdade é apenas o reflexo de uma força política e econômica de dominação territorial. Afim de tornar isso possível, o discurso evolucionista desumaniza o outro, inferioriza, torna-o um atrasado que precisa ser guiado.

Na contraposição do evolucionismo social, as ciências humanas, sobretudo a Sociologia e Antropologia, desenvolveram a ideia de relativismo cultural. Sob a perspectiva do relativismo cultural, cada sociedade possui sua própria expressão única e modo de vida condizente com sua cultura. Não há uma direção única de desenvolvimento para todas as sociedades, e é exatamente a pluralidade de culturas que faz dos humanos o que são. A unidade humana se dá pela sua capacidade plural de criar formas de se organizar, interpretar, e viver o mundo.

Hoje em dia, defender o evolucionismo social é justamente considerado um discurso opressor que visa criar um terreno fértil para dominação e desconsideração do outro.

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