Artes, perguntado por henriqueborille2010, 1 ano atrás

Por que Beatriz é considerada uma artista comtemporanea que dialoga com o Barroco

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Respondido por xXeugenioXx
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Resposta:Beatriz Ferreira Milhazes (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1960). Pintora, gravadora e ilustradora. Sua obra se caracteriza pelo uso da ornamentação, constituída, sobretudo, por arabescos e motivos ornamentais.

Milhazes ingressa no curso de comunicação social da Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro,  na década de 1970. Gradua-se em 1981 e, em paralelo, realiza sua formação em artes plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), no período de 1980 a 1983. Além da pintura, dedica-se também à gravura e à ilustração. Suas obras da década de 1980 revelam uma tensão entre figura e fundo, entre representação e ornamentalismo. Posteriormente, faz opção por uma pintura de caráter decididamente bidimensional.

De 1995 a 1996, estuda gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigues (1953). Atua como professora de pintura até 1996 no Parque Lage. A artista revela sensibilidade no uso da cor, como nas obras O Príncipe Real (1996) ou As Quatro Estações (1997). Em 1997, ilustra o livro As Mil e Uma Noites à Luz do Dia: Sherazade Conta Histórias Árabes, de Katia Canton (1962). Participa das exposições que caracterizam a Geração 80 – grupo de artistas que buscam retomar a pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos de 1970, e tem por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral (1886-1973) e Burle Marx (1909-1994), a padrões ornamentais e à art déco.

Na opinião do crítico Frederico Morais (1936), Beatriz Milhazes revela, desde o início da carreira, a vontade de enfrentar a pintura como fato decorativo, aproximando-se da obra de artistas como Henri Matisse (1869-1954). Interessa-se pela profusão da ornamentação barroca, sobretudo pelo ritmo dos arabescos e pelos motivos ornamentais presentes na obra de Guignard (1896-1962).

Desde os anos 1990, Milhazes se destaca em mostras internacionais nos Estados Unidos e na Europa e integra acervos de museus como o Museum of Modern Art (MoMa), Solomon R. Guggenheim Museum e The Metropolitan Musem of Art (Met), em Nova York, do Museo Reina Sofia, em Madrid, entre outros.

Milhazes trabalha frequentemente com formas circulares, sugerindo deslocamentos ora concêntricos ora expansivos. Na maioria dos trabalhos, prepara imagens sobre plástico transparente, que são descoladas, como películas, e aplicadas na tela por decalque. Aglomera as imagens, preenchendo o fundo e retocando a imagem final. Os motivos e as cores são transportados para a tela por meio de colagens sucessivas, realizadas com precisão.

A transferência das imagens da superfície lisa para a tela faz com que a gestualidade seja quase anulada. A matéria pictórica obtida por numerosas sobreposições não apresenta, entretanto, nenhuma espessura: os motivos de ornamentação e arabescos são colocados em primeiro plano. O olhar do espectador é levado a percorrer todas as imagens, acompanhando a exuberância gráfica e cromática presente em seus quadros.

Na tela Mares do Sul (2001), Milhazes estabelece um jogo com o gênero da paisagem. Em trabalhos mais recentes, utiliza constantemente formas como estrelas e espirais, e as cores tornam-se mais luminosas, como em Nazaré das Farinhas (2002). Em 2013, realiza a mostra panorâmica Meu Bem, em comemoração aos 30 anos de carreira, no Paço Imperial, Rio de Janeiro.

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