por que alguns adjetivos sao chamados de eruditos ?
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Resposta:
São classificados como eruditos os adjetivos que surgiram por via erudita, sobretudo na sequência da relatinização da língua portuguesa no contexto do Renascimento, no século XVI. Nesta época, o latim começou a ser substituído em âmbitos cada vez mais variados pelas línguas nacionais de cada país (classificadas, pelos eruditos, de «línguas vulgares»). Neste processo de evolução das línguas, houve necessidade de se ampliar o vocabulário de forma a poderem veicular-se ideias que só eram expressas em latim, surgindo, assim, os chamados adjetivos eruditos. Estes são palavras formadas por radicais latinos na sua forma original; por exemplo: capillum, palavra latina, deu origem a cabelo por via popular, mas formou o adjetivo erudito capilar. Também os adjetivos eruditos se distinguem dos demais, porque geralmente têm um significado relacional («relativo a», «próprio de», «semelhante a», «da cor de»). Assim, dizer «loção capilar» é dizer «loção relativa a cabelo»; «cólica hepática» significa «cólica relativa ao fígado», ou «canal hepático» tem o significado de «canal próprio do fígado», porque hepático procede do latim hepaticus, por sua vez adaptação do grego antigo hepatikós, «relativo ao fígado» (hépar, hépatos significava «fígado» em grego antigo).
Saliente-se que o termo adjetivo erudito faz parte da classificação gramatical usada no Brasil, sendo que em Portugal não se usa normalmente.
Fonte: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-conceito-de-adjetivo-erudito-na-terminologia-gramatical-brasileira/32988
Explicação:
Resposta:
A base do nosso léxico é formada por vocábulos latinos que, com as modificações de séculos de uso, somadas à influência dos substratos lingüísticos existentes na Península Ibérica antes da invasão romana, evoluíram até tomar a forma que hoje têm. Assim como uma brilhante moeda de cobre, recém-cunhada, vai perdendo o brilho e a efígie, e vai ficando mais fina e sem a serrilha das bordas, sob a ação do tempo e do uso, assim palavras latinas como “insula”, “pluvia” ou “hibernus” foram sofrendo também essa erosão do tempo e do uso, resultando nos vocábulos ilha, chuva e inverno, respectivamente. Esses vocábulos, por sua vez, começam a produzir derivados, já dentro dos processos habituais do Português (ilhéu, ilhado; chuveiro, chuvoso, chuvarada; invernada, invernia), e vão continuar produzindo enquanto a nossa for uma língua viva.
Todos sabem que, até o Renascimento, os tratados de Ciência, de Filosofia e de Teologia só eram escritos em Latim, usando-se as línguas modernas (o Francês, o Português, o Espanhol) só para poesia, narrativas de viagens e, é óbvio, para as comunicações e os registros indispensáveis à vida quotidiana. Nos séculos XV e XVI, no entanto, começam a ser escritos os primeiros tratados em “vulgar” (assim os eruditos classificavam a língua nacional de cada país), o que trouxe duas conseqüências importantíssimas: em primeiro lugar, permitiu a todo cidadão alfabetizado o acesso a um saber que antes era privilégio dos latinistas; em segundo lugar, obrigou as línguas modernas a ampliarem consideravalmente o seu vocabulário, a fim de poder exprimir as idéias que antes só eram expressas em Latim. É o caso dos adjetivos eruditos: nossos escritores humanistas, ao formá-los, utilizaram os radicais latinos na sua forma original, criando-se os curiosos (mas enriquecedores) pares formados por uma palavra já evoluída e uma palavra reconstituída, como se pode ver nos exemplos do quadro abaixo:
LATIM FORMA EVOLUÍDA FORMA
auru ouro áureo
capillu cabelo capilar
digito dedo digital
insula ilha insular
oculu olho ocular
pater pai paterno
pluvia chuva pluvial
hibernus inverno hibernal
Explicação:
Foi isso que eu respondi na minha!