Por que ainda existe tanto preconceito e visões etnocentristas ainda são comuns mesmo em pleno século XXI?
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A negação do racismo no Brasil se estende desde a abolição da escravatura em 1888, quando se criou a falsa percepção de que o negro já se encontrava em pleno desenvolvimento social por estar liberto, ignorando o fato de que a alforria não os libertou propriamente. Dado que, após a liberdade, eles foram jogados na sociedade sem nenhum aparto socioeconômico continuando escravo, mas de outros atenuantes sociais vivendo em completo estado de abandono, não muito diferente da vida no regime escravocrata.
A libertação escravagista apenas alavancou o preconceito contra a raça negra de forma que eles continuaram a ser segregados e marginalizados diante da sociedade branca e elitista do século XIX. Não contavam com os mesmos direitos sociais e econômicos que os brancos; não podiam usufruir dos mesmos lugares e ambientes ainda que fossem públicos. O descaso e o desmerecimento por parte da Corte e da sociedade, notoriamente os eliminavam de qualquer circunstância favorável de evolução socioeconômica e humana.
Nos anos 80, a voga pós-estruturalista vinda da França trouxe autoconsciência. A ambígua definição de "raça". O desconstrutivismo nas ciências sociais favoreceu uma metaforização ampliada do termo "raça". A análise do campo discursivo do racismo, tanto antigo (biologismo), quanto novo (diferencialismo cultural), introduziu a percepção de que, ao analisarmos hierarquias, estávamos lidando com um mesmo processo sub-reptício de "naturalização" e com formas diversas de essencialismo que se escondiam sob diferentes fenômenos empíricos (GUIMARÃES,1995, p.30).
As relações etnocentristas de enfoque na separação racial já não se limitam a certos espaços, mas continua em sua derradeira forma mais atual sobre as aversões sociais mais variadas no que tange o racismo.
Falar de contribuição das raças humanas à civilização mundial poderia ser surpreendente num trabalho destinado a lutar contra o preconceito racista. Seria inútil ter consagrado tanto talento e tantos esforços para mostrar que nada, no atual estado da ciência, permite afirmar a superioridade ou a inferioridade intelectual de uma raça em relação á outra, mesmo que fôsse apenas para restituir sub-repeticiamente sua consistência à noção de raça parecendo demonstrar que os grandes grupos étnicos que compõem a humanidade, deram enquanto tais, contribuições especificas ao patrimônio comum. (STRAUSS,1970, p.231).
O etnocentrismo baseia-se na ciência da hipótese, uma ciência racista sem qualquer fundamento probatório de tais relações de superioridade e inferioridade devidas á cor da pele, a etnia, a raça e a cultura.
Vinculados e legitimados pela biologia, a grande ciência desse século, os modelos darwinistas sociais constituíram-se em instrumentos eficazes para julgar povos e culturas, a partir de critérios deterministas, e, mais uma vez, o Brasil surgia representado como um grande exemplo; dessa feita, um "laboratório racial" (SCHWARCZ, 2010, p. 22).
A divisão racial implicada nas crenças de inferioridade da cor da pele e subjuga arduamente a raça negra impondo divisões e desmerecendo qualquer conduta plausível advinda da afro descendência, sempre atrelando a cor aos malefícios sociais. Houve no Brasil a separação socioracial através da separação comunitária. Os governantes não sabiam o que fazer com o negro após a abolição e esse agravante foi se desenvolvendo por décadas em todo o país, onde se formaram favelas compostas quase que exclusivamente por negros, em um ambiente degradante sem qualquer infra-estrutura social para o bem viver da população que ali se instalava por falta de opção e recursos, sem qualquer aparto.
Percebe-se que esta ideologia do racismo manteve a sua estrutura fundamental, só alterando as formas da sua manifestação. No período da escravidão, os negros eram sem alma, eram não humanos, portanto passiveis de serem tratados de forma desumana; na transição da escravidão para o assalariado (sic), os negros eram incompetentes para trabalhar no novo sistema de contratação, portanto passives de serem excluídos do mercado formal de trabalho; em seguida, os negros tinham como alternativa de inserção social a assimilação dos valores brancos inclusive pelo mascaramento de características visíveis da sua origem via miscigenação; (OLIVEIRA, 2000, p.83-84).
A negação da desigualdade racial colaborou para o crescimento do preconceito no Brasil. Carneiro (2003, p.5) afirmou que, "o Brasil sempre procurou sustentar a imagem de um país cordial, caracterizado pela presença de um povo pacífico, sem preconceito de raça e religião [...]". E a autora completou que, "Sempre interessou ao homem branco a preservação do mito de que o Brasil é um paraíso racial, como forma de absorver as tensões sociais e mascarar os mecanismos de exploração e de subordinação do outro, do diferente [...]" (CARNEIRO, 2003, p.5).
Resposta:
Por que, ainda nos tempos de hoje existem pessoas de mentes fechadas em relação a esses assuntos, que continuam com os mesmos pensamentos da época em que avia a escravidão.
E essas pessoas estão demostrando esse preconceito, esse racismo agora, em pleno século XXI.
Explicação:
Mostrando a desumanidade da sociedade.
Bons estudos, espero ter lhe ajudado! :)