Por que acontece brigas dentro e fora das quadras ou Campos e como inibi-los?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Nos próximos dias, 20 estados brasileiros vão conhecer os campeões de 2019. São 40 times, disputando 20 taças, do Rio Grande do Sul ao Acre, passando por Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.
Assim como no último fim de semana, neste também é muito provável que aconteçam, dentro e fora dos estádios, confrontos entre torcidas, que geralmente deixam feridos entre torcedores e pessoas que nem sequer apreciam o esporte. Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) indica que, para 68% dos torcedores, a violência é o principal motivo para não ir aos estádios. Mas por que isso acontece? Desde quando torcer por um time de futebol, ou simplesmente andar pela rua em dia de jogo, se tornou tão perigoso?
Nem sempre foi assim. Até o começo dos anos 1990, violência nos estádios era notícia vinda da Europa, onde os hooligans protagonizavam cenas terríveis, como a morte de 39 pessoas durante um jogo entre o clube inglês do Liverpool e os italianos da Juventus, em 1985. No Brasil, as torcidas organizadas, que existiam desde a década de 1940, eram apenas grupos de torcedores com bandeiras e camisas personalizadas, que viajavam por conta própria para dar apoio ao clube onde quer que ele jogasse.
Quando Corinthians e Flamengo jogavam no Rio de Janeiro, por exemplo, as torcidas cantavam juntas o refrão “Timão e Mengão, amizade de irmãos”. Era comum que, em clássicos que reuniam mais de 100 mil pessoas, torcedores dos times que se enfrentavam sentassem lado a lado nas arquibancadas. Tudo isso mudou na medida em que as torcidas organizadas começaram a ser controladas por pessoas ligadas ao crime.
Início da violência
Em 23 de janeiro de 1992, num jogo entre Corinthians e São Paulo válido pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, o garoto Rodrigo de Gasperi, de 13 anos, morreu atingido por uma bomba de fabricação caseira lançada pela torcida tricolor. Em 20 de agosto de 1995, Marcio Gasparin, de 16 anos, foi morto a pauladas durante um confronto entre torcedores de São Paulo e Palmeiras, no estádio do Pacaembu – a batalha deixou 102 feridos.
Desde então, a violência se tornou corriqueira. No último domingo, horas antes do primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, 14 pessoas ficaram feridas, sendo duas baleadas. E não são incidentes restritos a São Paulo.
Em Pernambuco, torcedores do Santa Cruz se envolveram em casos de violência em março, julho e outubro de 2018 e março de 2019. Em abril deste ano, torcedores de Coritiba e Paraná Clube, na capital paranaense, se enfrentaram após um jogo entre as duas equipes.
Em novembro passado, um jovem de 17 anos foi morto a pancadas em Goiânia, durante um clássico entre Goiás e Vila Nova – meses antes, em março, outro encontro entre as duas equipes também foi marcado pela pancadaria entre torcedores. Em julho de 2018, torcedores do Cruzeiro invadiram um ônibus e usaram pedaços de madeira para espancar um torcedor do Atlético Mineiro, em Belo Horizonte.
Receita de sucesso
Enquanto isso, nos últimos 30 anos, ingleses, italianos, franceses e espanhóis começaram a combater, com sucesso, a violência nos estádios. E alcançaram esse objetivo adotando uma série de medidas. No livro Futebol e Violência, a professora da Unicamp Heloisa Helena Baldy dos Reis lista 21 ações sugeridas, nos anos 1980, pela União das Associações Europeias de Futebol (Uefa). Entre elas, proibição da venda de bebidas alcoólicas, policiamento ostensivo dentro e fora do estádio, incluindo agentes à paisana nas ruas e arquibancadas, revista rigorosa dos torcedores, restrição da circulação da plateia a setores específicos do estádio e instalação de câmeras que permitam a identificação de agressores. Além disso, a punição a clubes cujos torcedores se envolvessem em ações violentas ficou muito mais rigorosa. Depois do incidente de 1985, por exemplo, todos os clubes ingleses foram banidos de competições europeias por cinco anos.
Explicação: