Por que a razão humana é a principal ferramenta do estudo filosófico?
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Resposta:
O ser humano2 é uma unidade e uma totalidade. Portanto é inadequado se desenvolver doutrinas diversas sobre o ser humano: uma científica e uma filosófica, uma secular e uma religiosa, uma psicológica e uma sociológica. O ser humano é uma unidade indivisível. Todos os métodos contribuem para uma e mesma imagem do ser humano. Existem, entretanto, muitos elementos e estratos3 na natureza humana; e cada um destes requer uma abordagem especial - um método especial. A unidade do ser humano não implica que só se possa investigá-lo de uma única forma. Uma vez que o ser humano compreende todos os elementos da realidade, cada estrato4 do ser, fazse necessário usar todos os métodos a fim de lidar com ele adequadamente. Ele é o microcosmo, cuja descrição não deve negligenciar nenhuma ferramenta utilizada na descrição do macrocosmo. Desta forma é errado tomar um método de abordagem do ser humano como o único válido ou subordinar todos os outros métodos a uma única abordagem, seja o método teológico dos tempos antigos, o método racionalista dos tempos modernos ou o método empírico da atualidade. Por outro lado, devemos evitar qualquer atomismo de métodos. Deve ser mostrado que em cada método encontram-se elementos que nos dirigem para outros métodos; que a abordagem empírica não pode ser utilizada sem os elementos descobertos pelo método racionalista; e que este último, por sua vez, pressupõe certos elementos fornecidos pela teologia. Os métodos de estudo da natureza humana não devem ser exclusivos, nem meramente atomísticos e cumulativos, mas dialéticos e mutuamente interdependentes.
Existem três principais grupos de métodos: primeiro, o método experimental-calculativo que se refere às coisas como completamente objetivas, sem nenhum elemento de subjetividade nas mesmas - o método das ciências matemáticas, aplicável na medida em que as relações quantitativas e calculáveis alcançam. Em segundo lugar está o método intuitivo-descritivo que se refere às coisas na medida em que elas têm subjetividade, individualidade, espontaneidade - o método da chamada história natural, assim como da história do ser humano. E em terceiro lugar está o método da "compreensão responsável" que se refere à subjetividade como tal, às normas, valores, criações e ao sentido da vida pessoal. No entendimento da vida pessoal e de seus conteúdos, a distância entre sujeito e objeto é superada. Existe conhecimento naquilo em que nós mesmos estamos envolvidos; existe conhecimento naquilo que nos preocupa5 infinitamente. O conhecimento neste caso necessariamente tem um caráter existencial ou de responsabilidade.
Explicação: