História, perguntado por brunooalves5391, 4 meses atrás

por que a mão de obra qualificada não e mais nessesaria no espaço rural?

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Respondido por nick60582
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Resposta: Essa tendência ocorre, não apenas em relação à importância dos ramos de atividade na ocupação das pessoas, mas à forma de organização do trabalho. Mingione e Pugliese (1987) chamam a atenção para o papel da agricultura em tempo parcial (e depois da pluriatividade) na alteração da base estrutural da organização social da agricultura e das áreas rurais. Ao diminuir a dedicação exclusiva dos membros familiares à atividade agropecuária, crescendo, como contrapartida, as ocupações no mercado de trabalho não-agrícola, houve maior homogeneização e mesmo uma unificação dos mercados de trabalho urbano e rural.

A agricultura em tempo parcial e a pluriatividade promovem uma articulação entre a agricultura e os demais setores econômicos, num contexto territorial que já foi agrícola e rural, passando cada vez mais a ser caracterizado pela presença de diversos ramos de atividade, com exceção das áreas mais atrasadas e mais pobres. Nesse espaço, onde o rural já não é sinônimo de agrícola, há forte expansão das atividades industriais e de serviços, antes restritas às áreas urbanas, de tal forma que a difusão de novas tecnologias, que acompanha esse processo, torna cada vez maior a analogia entre os processos de trabalho na agricultura e na indústria e entre os mercados de trabalho urbano e rural.

Processos de produção uniformes, especialização da mão-de-obra, estabilidade no emprego e uso da força de trabalho adulta masculina eram, até pouco tempo, as características marcantes da produção industrial no modelo fordista. Com as mudanças na produção industrial, houve uma aproximação do modelo de trabalho típico da agricultura (trabalho por conta própria, produção flexível, escassa divisão do trabalho, trabalho de mulheres e jovens, sazonalidade, subemprego, etc.). Esse modelo de trabalho e de emprego generalizou-se para quase todos os setores da economia. Suas características, que podem parecer restos do passado, ou aspectos do caráter atrasado da agricultura, são perfeitamente compatíveis com a modernização capitalista. Outras semelhanças entre os mercados de trabalho rural e urbano são a crescente informalização na indústria e nos serviços, a redução da escala de produção, o aumento do emprego por conta própria, a externalização de fases do processo produtivo e o crescimento do número de pessoas pluriativas (Pugliese, 1991).

Com essas mudanças, houve uma "desdiferenciação" na divisão social do trabalho, pois é cada vez mais freqüente o fato de uma mesma pessoa possuir o estatuto de empregado e de conta própria simultaneamente, como resultado das tendências do processo de produção industrial no âmbito do agribusiness e da necessidade decrescente de mão-de-obra para as atividades agropecuárias, decorrente da generalização de tecnologias que tornam o trabalho humano redundante (Mingione e Pugliese, 1987).

As mudanças também envolvem a remuneração do trabalho, que tende a ser menor que no passado. O decréscimo do emprego em empresas centrais e a expansão de indústrias periféricas, assim como do setor de serviços, levaram ao desenvolvimento de uma situação em que uma porção significativa dos empregos novos disponíveis paga menos, em termos reais, do que há uma década. Essa situação contrasta com os padrões estabelecidos no pós-guerra, nos quais a remuneração abaixo dos níveis salariais estabelecidos por lei ou por acordos sindicais era típica dos trabalhos agrícolas. Finalmente, as mudanças envolvem os sujeitos do emprego. O aparato produtivo reestruturado, nos âmbitos industriais e de serviços, crescentemente emprega trabalhadores "marginais". Um grande número de mulheres, idosos, adolescentes e imigrantes ilegais encontra emprego em setores tradicionalmente caracterizados pela presença de trabalhadores masculinos de idade mediana. A prática de empregar trabalhadores "marginais" era constante na agricultura porque esse segmento da classe trabalhadora constitui-se em importante fonte de tApesar da similaridade dos mercados de trabalho urbano e rural, é fundamental considerar a contribuição de Saraceno (1999). Analisando as iniciativas do Programa Leader na Europa, a autora afirma que o mesmo propõe um novo enfoque do desenvolvimento rural, baseado precisamente no princípio de que os recursos disponíveis diferem, em grande medida, de um território rural para outro, fazendo com que a oferta e a demanda de trabalho sejam cada vez mais específicas e diferentes entre si, em razão do contexto local em que se inscrevem.rabalho em períodos de intensa demanda por mão-de-obra, como na colheita.

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