História, perguntado por luigirech, 3 meses atrás

Por que a Inglaterra pode ser chamada de "a nova metrópole" do Brasil no período pós-independência?

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Respondido por nick60582
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Resposta:O processo de emancipação das colônias portuguesas na América e a formação do Estado do Brasil estão no cerne de um movimento maior de crise do sistema colonial e do Antigo Regime, que repercutiram na separação das colônias de suas metrópoles e na criação de novos Estados. Os movimentos liberais de emancipação das colônias americanas foram influenciados pelas idéias iluministas e pelo ideário da revolução francesa, mas reinterpretaram seus princípios de liberdade e igualdade de forma muito particular, de modo a adaptá-los à realidade do "novo mundo".

Talvez esta seja a razão pela qual os momentos de crise, de mudanças, continuem a despertar interesse acerca de questões que há muito frequentam a pauta dos historiadores estudiosos do século XIX brasileiro, tais como as problemáticas da autonomia do Estado do Brasil em relação a uma possível continuidade com a monarquia portuguesa, ou da aceitação de d. Pedro, príncipe português, como primeiro imperador do Brasil e, ainda, acerca do "pacifismo" do movimento, poucas vezes tratado como uma "revolução" de independência, desconsiderando as guerras que aconteceram nas províncias. Não esqueçamos dos acalorados debates que cercam as províncias e regiões que formavam as colônias portuguesas em solo americano - as relações que havia (ou não) entre as partes que compunham o reino "unido" do Brasil e como se deu a reconfiguração dessas forças no contexto de disputa entre a antiga sede do império português, Lisboa, e a nova sede do império luso-brasileiro, o Rio de Janeiro.

Outros temas também foram importantes e mobilizaram as discussões acerca do processo de gênese e formação do Estado brasileiro, como a relação entre território e Estado e a problemática unidade do Império do Brasil; os debates públicos nos periódicos do Brasil a respeito do movimento que se iniciara em Portugal em 1820 e das idéias liberais nos dois lados do Atlântico, e a criação de um esboço de opinião pública;1 as interpretações dos projetos de construção do Estado brasileiro: a definição da monarquia que se pretendia construir no Brasil pela adoção de uma constituição e o estabelecimento dos limites da autoridade do rei ou do regente; e talvez a questão mais complexa que se apresentou aos habitantes da América portuguesa àquela época, a centralização do governo do Rio de Janeiro, que, de metrópole interiorizada, tornou-se capital e cabeça do novo império que se estabeleceu no ano de 1822.2

Para além das problemáticas internas, outras emergem do convívio entre o novo Estado que se formava e seus vizinhos sul-americanos. As relações que se estabeleceram ajudaram a definir o Império em relação ao "outro" no continente americano: monárquico, em oposição às repúblicas hispânicas; formado em território unificado, ainda que de frágil unidade, em oposição ao esfacelamento que acontecera no vasto império colonial espanhol; e desejoso do reconhecimento das outras nações "civilizadas" européias, entre as quais o Brasil queria se inserir, e que definiria o "outro", as repúblicas hispano-americanas, como a barbárie que se queria evitar. O papel do império britânico na aceitação e legitimação do novo Estado foi fundamental: além de ter prontamente reconhecido a independência do Brasil, também mediou o reconhecimento por Portugal da emancipação de sua ex-colônia, como podemos observar em um dos documentos que compõem a seção "D. João nas escolas".3

Retornemos um pouco mais no tempo, no entanto, em busca do início desse processo de separação do Brasil de Portugal. Ironicamente, o primeiro passo dado em direção ao rompimento que se daria em 1822, aconteceu em Lisboa, com a decisão de transmigrar a corte e a família real portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, e a tentativa de concretização do ousado projeto de d. Rodrigo de Souza Coutinho de criação de um grande império luso-brasileiro. As primeiras medidas tomadas pelo príncipe regente em terras brasileiras para assegurar a governabilidade do Império foram também as primeiras medidas de interiorização da metrópole no Rio de Janeiro.4 A abertura dos portos às nações amigas, a permissão de criar manufaturas no Brasil, a criação de órgãos de governo antes somente existentes em Lisboa, como a Mesa do Desembargo do Paço, o Real Erário, a Real Fazenda, a Fisicatura-mor, são exemplos de providências que tornam a cidade do Rio de Janeiro a nova sede do Império, a nova metrópole, regulando não somente sobre Portugal ou os domínios africanos, mas sobre as outras colônias da América - as capitanias que compunham o vasto território que se chamava Brasil.


luigirech: MEO DEOS , valeu cara...
luigirech: só que, meio q eu só perguntei pq a ingklaterra foi considerada nova metropole do brasil e no teu texto n diz nada sobre oq eu perguntei, pode ser mais especifico?
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