História, perguntado por livialimabaldraia, 6 meses atrás

Por que a história deve ser imparcial

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Respondido por valdirprs22
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Resposta:

MO Em toda a obra histórica de Alexandre Herculano reivindicações de imparcialidade misturam-se à parcialidade das crenças, ideais e interesses que conformam o ponto de vista do autor. Encontram-se nela tanto o compromisso com a busca desinteressada da verdade quanto a intenção pragmática de remodelar as relações da sociedade portuguesa com o seu passado, e com os efeitos deste sobre o presente. Revisitando os principais escritos históricos de Herculano, o presente trabalho procura entender como é possível que textos de história sejam ou pretendam ser, ao mesmo tempo, verdadeiros e úteis, objetivos e engajados, imparciais e parciais. Quero mostrar que essas oposições não necessariamente funcionam como contradições paralizantes, e que bons historiadores como Herculano são capazes de extrair delas uma enorme quantidade de energia intelectual. Concentrar-me-ei, em particular, na tensão entre a imparcialidade e a parcialidade para tentar evidenciar – com leituras atentas e análises contextuais – que ela se configura de pelo menos dois modos distintos, ligados à significação positiva ou negativa do passado estudado para a pessoa que o estuda. PALAVRAS-CHAVE Historiografia portuguesa; Século XIX; Objetividade 289 ABSTRACT Throughout Alexandre Herculano’s historical oeuvre claims of impartiality are mingled with the partiality of the beliefs, ideals, and interests that give shape to the author’s point of view. One can trace in it both the commitment to the disinterested search for truth and the pragmatic intention to remodel the relations of Portuguese society with its past and with the effects of this past on the present. This text revisits Herculano’s major historical writings with the aim of understanding how it is possible for historical texts to be or claim to be at the same time true and useful, objective and engaged, impartial and partial. I intend to show that those oppositions not necessarily entail paralyzing contradictions, and that good historians such as Herculano are usually capable of drawing from them a great amount of intellectual energy. Focusing on the tension between impartiality and partiality, and supported by close readings and contextual analyses, I will try to demonstrate that such tension configures itself in at least two different modes, which in turn depend on the positive or negative significance the studied past turns out to have for the person who studies it.

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