Por que a filosofia de Aristóteles é chamada de realista?
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Segundo Aristóteles, a filosofia é essencialmente teorética: deve decifrar o enigma do universo, em face do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do mistério. O seu problema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida. O objeto próprio da filosofia, em que está a solução do seu problema, são as essências imutáveis e a razão última das coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas e suas relações. Entretanto, as formas são imanentes na experiência, nos indivíduos, de que constituem a essência. A filosofia aristotélica é, portanto, conceptual como a de Platão mas parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida da dedução é tirado - mediante o intelecto da experiência.
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É preciso primeiro fazer um contraponto: Aristóteles foi discípulo de Platão, um filósofo que tinha como um dos pensamentos principais a existência de um mundo superior ou das ideias, de onde o homem adquiria o seu conhecimento. Segundo Platão, por exemplo, o homem não conhecia, ele relembrava, pois toda a sabedoria já estava acumulada no mundo das ideias.
É nesse cenário que se desenvolve a filosofia aristotélica. Quando Aristóteles decidiu se desvincular das ideias do mestre (Platão), ele resolveu fazer isso de uma vez, rompendo com muitas ideias do seu professor. De início ele já introduziu uma filosofia mais realista. O homem aprende a partir das suas experiências sensíveis e terrenas. Platão dizia que o homem devia fugir das sensações, Aristóteles pelo contrário pensava que o homem deve aprender com elas, tomá-las como base para desenvolver a sua filosofia.
Pode-se dizer que Aristóteles trouxe o Céu platônico para a Terra, ao advogar que o conhecimento humano é fruto da sua realidade, e não de um mundo superior. Dessa forma, é possível entender o porque da filosofia de Aristóteles ser chamada de realista.
Bons estudos!