por que a bolivia é marcada por conflitos
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La Paz (Bolívia) - Com poucos mais de 9 milhões de habitantes, sem saída para o mar e cercada pelos Andes, a Bolívia tem uma história marcada por conflitos com os países vizinhos e tensões internas. Até 1982, havia ditadura militar e várias restrições no país aos indígenas bolivianos, que são 62% da população. Os bolivianos, em geral, têm orgulho de sua história, das conquistas territoriais e mantêm firmes as tradições e costumes.
Analistas políticos afirmam que a vitória e a recondução do presidente Evo Morales, de 50 anos, representa a reação popular aos anos de opressão política e social. Até a década de 70 havia locais no país que proibiam a presença de indígenas e descendentes. A discriminação estimulou a população boliviana a impor restrições a tudo que representa o colonizador espanhol, segundo especialistas.
Em 2005, o então líder do do Movimento Esquerdista Boliviano Cocalero, Evo Morales, chegou ao poder ao obter maioria no segundo turno das eleições e manter a fidelidade à cultura de seus ancestrais. Quatro anos depois, foi reeleito com 64% dos votos, embora alvo de polêmicas e críticas.
Nas ruas de La Paz (capital administrativa), os eleitores de Morales têm orgulho do que ele representa. “Sou partidário de Morales porque olha para os mais pobres. Antes dele, isso não ocorria”, afirmou o motorista de táxi Celso López. “Espero que ele promova mais oportunidades de emprego, que é o que nós estamos precisando”, disse o agricultor Florencio Suarez.
Para o professor de ensino rural David Arriaz, o governo Morales deve concentrar a segunda gestão no estímulo à produção rural e à melhoria nos sistemas de educação e saúde públicas. “Temos de pensar que este é um país basicamente rural”, disse ele, lembrando que mais de 40% dos bolivianos vivem no campo.
Na política interna, Morales mantém controle quase absoluto sobre os grupos políticos, até núcleos empresariais e entidades civis. O presidente tem maioria nas câmaras de Senadores – formada por 27 parlamentares – e de Deputados – integrada por 130 políticos. Também conta com o apoio de sindicatos e organizações não-governamentais que representam grupos específicos, como mulheres indígenas, entre outros.
A estrutura social na Bolívia segue, em parte, a tradição dos indígenas, que é a divisão de tarefas por meio de comunidades de vizinhança. As comunidades são responsáveis por áreas específicas, exercendo a liderança e o comando, e a partir daí são realizadas ações em comum acordo com o Estado. Morales também tem forte influência nesses segmentos. Em abril, 1.700 conselheiros serão eleitos pelos bolivianos.