Por muitos anos a humanidade vem sofrendo com grandes Epidemias mundiais. Por exemplo, os casos fatais de Ebola vírus os quais foram reportados em 1976, no Sudão e na República Democrática do Congo. Desde então várias pesquisas e descobertas vêm sendo feitas. No entanto isso não impediu de, em 2014, ter havido um grande surto de ebola, o maior e mais complexo de todos os já reportados, em alguns países do continente africano.
Essa situação descrita para o ebola é, na verdade, vista para muitos outros vírus, fungos e bactérias que voltaram a desencadear doenças consideradas erradicadas ou até novas doenças causadas pelas mutações e resistências causando diversas patogenias.
Pensando nisso e nos aspectos de biossegurança, responda:
1. Na sua opinião, o que pode explicar o ressurgimento de doenças consideradas erradicadas ou controladas? Será que estamos nos tornando negligentes em termos de biossegurança e permitindo que essas doenças ressurjam? Defenda seu ponto de vista.
2. Quais seriam os passos iniciais em termos de biossegurança para controlar a disseminação de agravos relativos à doenças emergentes e reemergentes?
3. Indicar a classificação de risco biológico, o nível de biossegurança aplicável e os tipos de barreira aplicáveis no caso de manipulação ou infecção por vírus ebola?
Soluções para a tarefa
Resposta esperada:
A biossegurança não pode ser vista somente como uma área voltada à saúde, a praticas laboratoriais ou a cuidados a serem tomados só com pacientes. A biossegurança envolve aspectos econômicos, sociais e culturais, além dos aspectos de saúde comumente discutidos. Se pensarmos no exemplo do ebola, o que se observa é que a pobreza, a precariedade no sistema de saúde e os frequentes conflitos presentes nos países mais atingidos podem ter propiciado a disseminação do vírus ebola em 2014, assim como o fez anos atrás. No entanto, aliado a isso, hoje observamos que há maior mobilidade dos seres humanos. O contato humano, a socialização entre indivíduos de aldeias e cidades diferentes é mais propiciada. Isso por si só pode aumentar a propagação das doenças. Além disso, a globalização, caracterizada pela facilidade de os seres humanos atingirem locais diversos do mundo com muita rapidez, pode corroborar para a disseminação rápida de vírus e bactérias desconhecidos ou considerados “sob controle epidemiológico”. A própria epidemia de gripe A é um exemplo de como o processo de globalização torna as doenças igualmente “globais”. Os conceitos e ferramentas de biossegurança têm evoluído muito nas últimas décadas. As leis e medidas sanitárias têm propiciado maior controle de epidemias, orientando as pessoas à prevenção. No entanto, a velocidade com que essas informações e práticas chegam aos diversos locais do mundo globalizado parece não estar sendo suficiente ou adequada à realidade de cada local. Talvez estejamos diante de um paradigma: por um lado o avanço tecnológico permite compreender melhor doenças e suas formas de prevenção; permite também que as pessoas se desloquem por grandes distâncias em pouco tempo, mas não permite mudar hábitos e costumes arraigados, que muitas vezes propiciam a disseminação de doenças. Logo, também é importante pensar a biossegurança do ponto de vista social, além das paredes do laboratório.
2. Avaliar e conhecer os riscos biológicos, classificar esses riscos e estabelecer as medidas de segurança cabíveis e as barreiras de contenção aplicáveis. É importante que ao avaliar o risco de uma determinada doença, por exemplo, seja realizada uma análise detalhada do que constitui de fato o “risco”, considerando as diversas dimensões (técnicas, ideológicas, políticas, sociais, éticas, ambientais, etc) que envolvem a questão. A partir daí, tomam-se medidas que visam prevenir e controlar a disseminação de doenças, considerando os diferentes níveis de controle (laboratorial, institucional, regional, nacional, internacional).
3. O vírus ebola tem classificação de risco biológico 4; requer nível de biossegurança 4, porque se trata de agente perigoso que impõe alto risco de doença com ameaça à vida. Exige todas as barreiras primárias aplicáveis, com todos procedimentos conduzidos em cabines de classe III ou I e II, conjuntamente com macacão de pressão positiva com suprimento de ar. Exige também todas barreiras secundarias possíveis, incluindo área isolada, sistema de abastecimento e escape, a vácuo, e de descontaminação, além de outras medidas.
Resposta:
1. A biossegurança não pode ser vista somente como uma área voltada à saúde, a praticas laboratoriais ou a cuidados a serem tomados só com pacientes. A biossegurança envolve aspectos econômicos, sociais e culturais, além dos aspectos de saúde comumente discutidos. Se pensarmos no exemplo do ebola, o que se observa é que a pobreza, a precariedade no sistema de saúde e os frequentes conflitos presentes nos países mais atingidos podem ter propiciado a disseminação do vírus ebola em 2014, assim como o fez anos atrás. No entanto, aliado a isso, hoje observamos que há maior mobilidade dos seres humanos. O contato humano, a socialização entre indivíduos de aldeias e cidades diferentes é mais propiciada. Isso por si só pode aumentar a propagação das doenças. Além disso, a globalização, caracterizada pela facilidade de os seres humanos atingirem locais diversos do mundo com muita rapidez, pode corroborar para a disseminação rápida de vírus e bactérias desconhecidos ou considerados “sob controle epidemiológico”. A própria epidemia de gripe A é um exemplo de como o processo de globalização torna as doenças igualmente “globais”. Os conceitos e ferramentas de biossegurança têm evoluído muito nas últimas décadas. As leis e medidas sanitárias têm propiciado maior controle de epidemias, orientando as pessoas à prevenção. No entanto, a velocidade com que essas informações e práticas chegam aos diversos locais do mundo globalizado parece não estar sendo suficiente ou adequada à realidade de cada local. Talvez estejamos diante de um paradigma: por um lado o avanço tecnológico permite compreender melhor doenças e suas formas de prevenção; permite também que as pessoas se desloquem por grandes distâncias em pouco tempo, mas não permite mudar hábitos e costumes arraigados, que muitas vezes propiciam a disseminação de doenças. Logo, também é importante pensar a biossegurança do ponto de vista social, além das paredes do laboratório.
2. Avaliar e conhecer os riscos biológicos, classificar esses riscos e estabelecer as medidas de segurança cabíveis e as barreiras de contenção aplicáveis. É importante que ao avaliar o risco de uma determinada doença, por exemplo, seja realizada uma análise detalhada do que constitui de fato o “risco”, considerando as diversas dimensões (técnicas, ideológicas, políticas, sociais, éticas, ambientais, etc) que envolvem a questão. A partir daí, tomam-se medidas que visam prevenir e controlar a disseminação de doenças, considerando os diferentes níveis de controle (laboratorial, institucional, regional, nacional, internacional).
3. O vírus ebola tem classificação de risco biológico 4; requer nível de biossegurança 4, porque se trata de agente perigoso que impõe alto risco de doença com ameaça à vida. Exige todas as barreiras primárias aplicáveis, com todos procedimentos conduzidos em cabines de classe III ou I e II, conjuntamente com macacão de pressão positiva com suprimento de ar. Exige também todas barreiras secundarias possíveis, incluindo área isolada, sistema de abastecimento e escape, a vácuo, e de descontaminação, além de outras medidas.