Por mais que os alarmistas de plantão se alvorocem, não existe razão plausível para temer o plano do governo federal de disseminar o aconselhamento genético. Ao contrário, se há motivo para preocupação, ele desponta com a dúvida quanto à capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) de oferecê-lo a toda a população. O debate bioético começou antes mesmo de o Ministério da Saúde publicar detalhes de seu plano para implantar varreduras nos genes dos pais para estimar a probabilidade de que gerem filhos com doenças genéticas raras. Tal exame é recomendado a todo casal com histórico de alguma dessas síndromes na família. O temor suscitado se refere a um possível componente eugênico no programa. Ou seja, que o aconselhamento genético implique um aumento da discriminação contra portadores de deficiências como a surdez, que pode ter origem em mutações de DNA. Ou, no limite, até abortos para eliminação de fetos “defeituosos” — é o fantasma da eugenia nazista que se insinua nessa visão. O aconselhamento genético corretamente ministrado nada tem a ver com isso. Ele se destina a casais que planejam ter filhos, não a mulheres que já estejam grávidas. E, mesmo que se verifique um problema grave no feto em gestação, cabe lembrar que a interrupção da gravidez nesse caso seria criminosa, pela lei brasileira.
O autor do texto defende a tese de que o *
1 ponto
aconselhamento genético aumenta a discriminação contra portadores de deficiência.
aconselhamento genético não se destina a mulheres que já estejam grávidas.
plano do governo federal de disseminar o aconselhamento genético não precisa ser temido.
plano do governo federal suscita o temor de um possível componente eugênico no programa proposto.
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interessante o texto, tinha visto esse texto antigamente porém o perdi. obrigado por posta lo !
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