Question

Por isso, mais do que seguir a reflexão grega e perguntar – “O que é o homem?” – pergunta essa que pressupõe que o homem seja uma entidade fechada que possa ser compreendida “em-si”, buscando-se a sua essência imutável; Esta pergunta pressupõe que o homem não pode ser compreendido corretamente em termos gerais (de uma essência) mas somente em referencia à sua vida concreta, ao que lhe foi feito, ao que ele fez ou faz, isto é, o homem só pode ser compreendido a partir de sua biografia, de sua história.

O homem não é só “estrutura”, mas também “acontecimento” e “história”. O homem encontra-se situado entre um passado sempre dado com antecedência que possui e todavia lhe foge (=início), e um futuro preocupante, que vem mas que ainda não veio (=fim). Está situado aí no meio com a missão de peregrinar entre o ser e o devir, entre o passado e o futuro, com a vida que é dom mas também tarefa que há de realizar através das decisões que toma.

Os animais não tem história. São, de tal maneira programados pela natureza, fechados em sua estrutura que o futuro é igual ao seu presente e o seu presente igual ao seu passado. Mas em suas vidas, comparada ao homem, o passado pesa pouco e o futuro, literalmente, não existe, porque no mundo animal não há esperanças, não há sonhos, prospecções, imaginação. O homem responde porque descobre o seu mundo como mensagem que chega a ele como um horizonte no qual pode projetar-se a si mesmo, ser mais. É precisamente neste ato de transformar o mundo que o homem se torna histórico, porque torna-se diferente. Todo momento presente é um chamado a fazer história.

O homem radicado no passado, põe-se diante do ontem – toma posição diante do presente e se projeta para o futuro, isto é, propõe-se diante do amanhã. O situar-se do espírito se realiza sempre em relação ao “dado” que deve ser julgado e assumido para inventar o futuro:

O tempo histórico, o tempo da liberdade humana, já não é “cíclico”. A filosofia moderna define o homem como um ser histórico, como um ser que não “é” simplesmente, mas que “se torna”, como um ser que se realiza a si mesmo, que está em contínua tensão entre o passado e o futuro, entre o ser e o poder-ser.

O presente é em si mesmo constituído pelo não-ser do passado e pelo não-ser do futuro. Isto significa que o passado e o presente não tem um sentido completado, fechado, nem portanto, são interpretáveis uma vez por todas. O novo presente trazido pelo passado, não fecha o futuro: sua verdade talvez esteja mais próxima, mas é sempre inadequada, constituindo sempre uma verdade futura que pode ser projetada e esperada, mas que não podemos dizer “dada” nem em tudo “compreendida”. tudo o que fizestes, tudo o que sofrestes, congrega-te ao teu ser, ainda que o tenhas esquecido.” – Mas também: “Tudo pode ser transformado, introduzido num conjunto melhor, mais vasto, mais e mais integrado num amor, um grande amor por teu Deus; numa fidelidade silenciosa que foi, que ficou e aumenta através de tudo o que a vida fez por ti; tudo o que aconteceu é ainda – desde que somos os peregrinos da liberdade que amadurece – sim, tudo é recuperável, transformável na ação única do coração, aquela que hoje realizas” (K. Na verdade o homem “salva o seu futuro megulhando-o no passado, que é o resultado durável do presente. Desenrolar que costumamos chamar nossa vida, e cujo término nos oferece o remate final: o encontro de nós mesmos tais quais livremente nos tornamos” (K. O homem é aquele ser que vai se temporalizando a todo momento, isto é, se mantém naquela região limite que pertence tanto ao passado como ao futuro. O que hoje chamamos de passado, foi no passado um presente que lutava com o futuro. O futuro não é só o dever e o tormento do nosso presente; O nosso presente é sempre um “presente do futuro”, e o passado é constituido dos “presentes passados do futuro”.

“O homem é principalmente futuro. Aqui estão os três aspectos que a caracterizam: ela tem todo o seu apoio num fato passado: a existência das promessas de Deus e seu cumprimento começado – Ela está inteiramente voltada para o futuro: é a espera do término da história, do estabelecimento do Reino de Deus, - E, no presente, ela é esta fidelidade paciente que persiste no meio das dificuldades e constitui o homem espiritual” (J.

4) OQUE O HOMEM DEVE FAZER???? ​5) você concorda com o que o texto diz??? galera urgente

Answer 1

Resposta:De acordo com o existencialismo, o homem é o único ser que realmente existe, pois é o único que tem consciência do seu ser.

Explicação: