Question

“Por fim, D. Antonio de Mariz passando o braço esquerdo pela cintura de sua filha, caminhou para o selvagem, e estendeu-lhe a mão com gesto nobre e afável: o índio curvou-se e beijou a mão do fidalgo.

– De que nação és? Perguntou-lhe o cavalheiro em guarani.

– Goitacá, respondeu o selvagem erguendo a cabeça com altivez.

– Como te chamas?

– Peri, filho de Ararê, primeiro de sua tribo.

– Eu sou um fidalgo português, um branco inimigo de tua raça, conquistador de tua terra; mas tu salvaste minha filha; ofereço-te a minha amizade.

– Peri aceita; tu já eras amigo.”

(ALENCAR J. O Guarani, s/d, p. 65).

O excerto do livro “O Guarani”, de José de Alencar, trás na personagem do indígena Peri a imagem do “bom selvagem”, típico o romantismo brasileiro.

A ideia de “bons selvagens” contraria a tese de que:

I. o homem é bom por natureza, à sociedade o corrompe.

II. o homem é mau por natureza, vivendo em permanente guerra de todos contra todos.

III. todos por natureza são livres e iguais.

Está(ão) correta(s):
a) I apenas.


b) II apenas.


c) III apenas.


d) I e II apenas.


e) I, II e III.

Answer 1

Olá, tudo bem? Vamos analisar cada alternativa por vez para poder indicar a opção de resposta correta ao final:

I. Falsa. Se o selvagem é bom, e o homem é bom por natureza, não existe uma contradição.

II. Verdadeira. Trata-se de uma ideia de Hobbes. Ele defende que, no estado de natureza do homem, todos viviam em guerra contra todos. Ou seja, segundo o autor, "o homem é o lobo do homem". No trecho destacado do livro "O Guarani", porém, nada se vê disso. A interação entre Peri e D. Antônio está longe de ser antagonista.

III. Falsa. No trecho destacado, D. Antônio trata Peri como um igual. Logo, não existe uma contradição.

Como apenas a alternativa II está correta, a opção correta de resposta é a b.