História, perguntado por acrj16, 1 ano atrás

Por favor me falem os aspectos do comércio de Gana

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Respondido por thainaberribille
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Comércio transaariano

A introdução do dromedário, que precedeu os muçulmanos e o Islã em vários séculos, trouxe uma mudança gradual no comércio e, pela primeira vez, o ouro, marfim, sal e os recursos da região puderam ser enviados ao norte e ao leste, para o norte da África, Oriente Médio e Europa, em troca de bens manufaturados.

O império enriqueceu com o comércio trans-saariano em ouro e sal. Este comércio produziu um superavit crescente, permitindo maiores centros urbanos. Também incentivou a expansão territorial para ganhar controle sobre as rotas de comércio.

A maioria das nossas informações sobre a economia do império do Gana vem de comerciantes e, portanto, sabemos mais sobre os aspectos comerciais da sua economia e menos sobre a maneira como os governantes e nobres tributavam. Al-Bacri observou que os comerciantes tinham de pagar um imposto em dinar de ouro sobre as importações de sal, e dois sobre as exportações de sal. Outros produtos de impostos fixos eram o cobre e outros bens. Importações provavelmente incluíam produtos como os têxteis, ornamentos e outros materiais. Muitos dos antigos produtos artesanais de couro encontrados em Marrocos podem ter suas origens no Império do Gana.

O centro principal do comércio foi Cumbi-Salé. O rei firmou controle sobre todas as pepitas de ouro e permitiu que outras pessoas tivessem posses apenas em ouro em pó[7]. Além da influência exercida pelo rei para regiões locais, o tributo também foi recebido de vários estados tributários e chefias para as periferias do império. A introdução do camelo desempenhou um papel fundamental no sucesso dos soninquês, permitindo que os produtos e bens fossem transportados de forma muito mais eficiente em todo o Saara. Esses fatores ajudaram o império a continuar poderoso por muito tempo, proporcionando uma economia rica e estável que duraria por vários séculos.

Ouro

O que está claro é que o poder imperial era devido principalmente à riqueza em ouro. E a introdução do dromedário no comércio trans-saariano impulsionou a quantidade de mercadorias que podiam ser transportadas.[1]

A maior parte do nosso conhecimento do império do Gana vem de escritores árabes. Al-Hamdani, por exemplo, descreve o Gana como tendo as minas mais ricas de ouro na terra, que estavam situadas em Bambuque, na porção superior do rio Senegal. Os soninquês também vendiam escravos, sal e cobre, em troca de tecidos, missangas e produtos acabados.[5] A capital, Cumbi-Salé, se tornou o foco de todo o comércio, com uma forma sistemática de tributação. Mais tarde, Audagoste se tornou outro centro comercial importante do império.[4]

Sacrifícios

A riqueza de Gana era também explicada miticamente através da história de Biida, a serpente negra. Esta serpente exigia um sacrifício anual em troca de garantir a prosperidade do reino. Todos os anos, uma virgem era oferecida, até que, um ano, o noivo da vítima (seu nome era Mamadou Sarolle) a resgatou. Privado do seu sacrifício, Biida teve a sua vingança sobre a região. Uma terrível seca tomou conta de Uagadu e a mineração de ouro entrou em declínio.

Os arqueólogos encontraram provas que confirmam elementos da história, mostrando que, até ao século XII, ovelhas, vacas e cabras eram abundantes na região, mas, depois, apenas os mais resistentes, as cabras, continuaram a existir.


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